ATA DA DÉCIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 17-3-2004.
Aos dezessete dias do mês de março de dois mil e
quatro, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a
segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Beto
Moesch, Carlos Alberto Garcia, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Haroldo de
Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro,
Margarete Moraes, Maria Celeste, Reginaldo Pujol e Zé Valdir. Ainda, durante a
Sessão, compareceram os Vereadores Almerindo Filho, Carlos Pestana, Cassiá
Carpes, Cláudio Sebenelo, Darci Campani, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino
Besson, Isaac Ainhorn, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maristela Maffei, Nereu
D'Avila, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Renato Guimarães, Sebastião Melo,
Valdir Caetano e Wilton Araújo. Constatada a existência de quórum, a Senhora
Presidenta declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos
de cópias das Atas da Segunda Sessão Ordinária e da Primeira e Segunda Sessões
Solenes, que deixaram de ser votadas, face à inexistência de quórum
deliberativo. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Aldacir Oliboni, o
Projeto de Lei do Legislativo nº 048/04 (Processo nº 1212/04); pelo Vereador
Almerindo Filho, o Projeto de Resolução nº 056/04 (Processo nº 1323/04); pelo
Vereador Beto Moesch, o Pedido de Providências nº 458/04 (Processo nº 1326/04);
pelo Vereador Carlos Alberto Garcia, o Pedido de Providências nº 475/04
(Processo nº 1365/04); pelo Vereador Cassiá Carpes, o Pedido de Providências nº
459/04 (Processo nº 1329/04); pelo Vereador Cláudio Sebenelo, o Projeto de
Resolução nº 054/04 (Processo nº 1198/04); pelo Vereador João Antonio Dib, o
Pedido de Providências nº 476/04 (Processo nº 1366/04); pelo Vereador João
Carlos Nedel, os Pedidos de Providências nos 434, 435, 438, 439, 460, 461, 462,
463, 464, 465, 466, 467, 468, 469, 470, 471, 472, 473 e 474/04 (Processos nos
1238, 1239, 1242, 1243, 1335, 1338, 1339, 1340, 1342, 1343, 1344, 1346, 1347,
1348, 1350, 1351, 1353, 1355 e 1356/04), o Pedido de Informações nº 037/04
(Processo nº 1345/04), o Projeto de Lei do Legislativo nº 052/04 (Processo nº
1297/04). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 112/04, do Senhor Prefeito
Municipal de Porto Alegre, 065, 083, 352, 353, 366, 385, 531 e 584/04, do
Senhor Reginaldo Muniz Barreto, Diretor-Executivo do Fundo Nacional de Saúde do
Ministério da Saúde. Na ocasião, o Vereador João Bosco Vaz manifestou-se a
respeito do recebimento do Prêmio Top of Mind 2004, na categoria Locutor
Esportivo de Rádio, pelo Vereador Haroldo de Souza, tendo a Senhora Presidenta
congratulado o Vereador Haroldo de Souza por esse merecimento. Em PAUTA,
Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Substitutivo n° 02 ao Projeto
de Lei do Legislativo n° 108/03, discutido pelo Vereador João Antonio Dib, os
Projetos de Lei do Legislativo nos 224/03 e 051/04, o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo n° 002/04, discutido pelo Vereadores João Antonio
Dib, Carlos Alberto Garcia, Zé Valdir e João Bosco Vaz, o Projeto de Lei
Complementar do Executivo n° 001/04, discutido pelo Vereador João Antonio Dib;
em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 468/03 e 042/04, o Projeto
de Resolução n° 040/04; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos
192/02, 107, 482, 388 e 427/03, este discutido pelo Vereador Zé Valdir, 003,
017, 023, 029, 040 e 036/04, este discutido pelo Vereador João Bosco Vaz, os
Projetos de Lei do Executivo nos 001, 002 e 003/04, o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo n° 001/04, discutido pela Vereadora Clênia
Maranhão, o Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 014/03, os Projetos de
Resolução nos 123 e124/03 e 052/04; em 4ª Sessão, o Projeto de Emenda à Lei
Orgânica n° 001/04. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Sebastião Melo teceu
considerações acerca da falta de habitações populares no Município de Porto
Alegre, questionando a gestão do Senhor Olívio Dutra, Ministro das Cidades, em
relação à destinação de verbas para resolver esse problema. Também, parabenizou
o Vereador Haroldo de Souza por liderar a categoria Locutor Esportivo de Rádio,
segundo a pesquisa de opinião Top of Mind 2004. Após, nos termos do artigo 94,
§ 1º, alínea “g”, do Regimento, a Senhora Presidenta concedeu TEMPO ESPECIAL ao
Vereador Elói Guimarães, que relatou a participação de Sua Excelência, em
Representação Externa deste Legislativo, no XIV Encontro do Fórum de Presidentes
de Câmaras Municipais das Capitais, realizado nos dias onze e treze de março do
corrente, em Aracajú – SE. Na oportunidade, a Senhora Presidenta informou ter
sido deliberado pela Mesa Diretora da Casa a inclusão efetiva deste Legislativo
entre os Parlamentos integrantes do Fórum Permanente de Presidentes de Câmaras
Municipais das Capitais. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER o Vereador Beto Moesch afirmou
que Porto Alegre não possui uma efetiva política habitacional e ambiental,
destacando a importância da integração dessas duas áreas para um
desenvolvimento positivo do Município. Nesse sentido, citou visitas efetuadas
nos dias de ontem e hoje pela Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação
a famílias carentes que ocuparam áreas verdes no Bairro Lomba do Pinheiro. O
Vereador Carlos Alberto Garcia apoiou solicitações da comunidade do Bairro
Lami, em relação à instalação de curso de Educação de Jovens e Adultos – EJA -
e curso de ensino médio, tendo em vista as dificuldades financeiras e de acesso
vivenciadas pela população daquela área. Ainda, cumprimentou os Colégios La
Salle Dores e La Salle Santo Antônio, pelas doações de livros efetuadas à
Escola Estadual de Ensino Fundamental Coelho de Souza. O Vereador Elói
Guimarães expressou sua preocupação com a possibilidade de paralisação da
Polícia Civil, atentando para as dificuldades enfrentadas por essa categoria,
em vista de atrasos no pagamento de salários e falta de reajuste salarial
condizente com a realidade do País. Finalizando, apelou pela busca de soluções
que garantam a continuidade do serviço de segurança no Estado, a fim de que não
seja prejudicada a população gaúcha. O Vereador Nereu D'Avila teceu
considerações sobre o tema da Campanha da Fraternidade deste ano, “Fraternidade
e Água”, que tem como lema “Água, fonte de vida”. Ainda, leu artigo publicado
pelo Jornal Zero Hora no dia quinze de março do corrente, intitulado “Insípida
e inodora”, de autoria do jornalista Paulo Sant’Ana, referente às preocupações
dos porto-alegrenses quanto ao cheiro e gosto estranhos apresentados pela água
potável distribuída na Cidade. Após, o Vereador Luiz Braz procedeu à entrega, à
Mesa, de Requerimento solicitando manifestação da Comissão de Constituição e
Justiça acerca do não-cumprimento, pelo Departamento Municipal de Previdência
dos Servidores Públicos do Município de Porto Alegre – PREVIMPA, do artigo 7º
da Emenda Constitucional nº 041/03, relativamente à paridade dos proventos dos
inativos com os vencimentos dos servidores ativos desta Câmara Municipal. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Carlos Pestana registrou que o Tribunal
Regional Eleitoral julgou improcedentes denúncias recebidas de prática de
propaganda eleitoral irregular pela Vereadora Maristela Maffei em “outdoors” ou
muros de Porto Alegre. Também, comentou as políticas habitacionais dos Governos
Estadual e Municipal, destacando reportagem de hoje do jornal Zero Hora,
intitulada “Favela começa a deixar a freeway”. O Vereador Cláudio Sebenelo
informou que o Serviço de Ginecologia do Hospital Nossa Senhora da Conceição
será transferido para o Hospital Fêmina, declarando que essa mudança é
contra-indicada do ponto de vista geográfico, técnico e social. Finalizando,
requereu seja convidado a comparecer na Casa o Senhor João Motta,
Diretor-Superintendente do Grupo Hospitalar Conceição, para maiores debates e
esclarecimentos sobre o assunto. O Vereador Wilton Araújo comentou a conjuntura
política e econômica nacional, mencionando declarações efetuadas pelo Senhor
Luís Inácio Lula da Silva em mil novecentos e noventa e cinco, de críticas ao
Senhor Fernando Henrique Cardoso, então Presidente da República. Sobre o
assunto, afirmou que essas declarações se encaixam na realidade hoje vivenciada
pelo País, contestando a atuação do Partido dos Trabalhadores à frente do Governo
Federal. O Vereador Reginaldo Pujol reportou-se a notas do jornalista Fernando
Albrecht, publicadas pelo Jornal de Comércio nos dias dezesseis e dezessete de
março do corrente, acerca da edição, pelo Governo Federal, da Medida Provisória
nº 168/04. Ainda, leu correspondência de autoria do Senhor Carlos Alberto Pippi
da Motta, presidente do clube Grêmio Náutico União, referente ao trabalho dessa
entidade no apoio e formação de atletas brasileiros. O Vereador Raul Carrion
aludiu ao ato de divulgação do Memorial dos Lanceiros Negros, realizado no
Memorial do Rio Grande do Sul, e comentou reunião ocorrida no Hospital de
Clínicas de Porto Alegre, sobre o Dia de Divulgação da Prevenção da Anemia Falciforme.
Também, referiu-se ao aniversário do Auditório Araújo Viana e relatou visita
feita a famílias ocupantes de área da Rua Atílio Supertti, que foram
transferidas para o Bairro Belém Velho. A seguir, constatada a existência de
quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Às dezesseis horas e sete minutos, face
Requerimento verbal de autoria do Vereador Carlos Pestana, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezesseis horas e doze minutos,
constatada a existência de quórum. Após, o Vereador Carlos Pestana comunicou
que, face parecer da Diretoria Legislativa da Casa, de impossibilidade
regimental de realização de Audiência Pública sobre os Projetos de Lei
Complementar do Executivo nos 008 e 010/03, foi consensualizado entre os
Partidos integrantes da Casa uma proposta de realização de Sessão Especial no
dia vinte e dois de março do corrente, às nove horas e trinta minutos, para
debate do tema. Na ocasião, manifestaram-se a respeito os Vereadores Sebastião
Melo e Carlos Pestana e o Senhor Presidente declarou que seria realizada a
Sessão Especial proposta, tendo em vista haver consenso entre os Senhores Vereadores
com referência ao assunto. Ainda, foi aprovado Requerimento verbal de autoria
do Vereador Carlos Pestana, solicitando alteração na ordem de apreciação da
matéria constante na Ordem do Dia. Em prosseguimento, foram aprovados os seguintes
Requerimentos, solicitando votações em destaque relativas ao Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 009/03: de autoria do Vereador Reginaldo Pujol,
com referência ao § 13 e à alínea “i” do § 1º do artigo 20; de autoria do
Vereador Isaac Ainhorn, com referência ao inciso V do artigo 18-B, e do
Vereador Luiz Braz, com referência ao inciso XIV do artigo 71. Também, face
Questões de Ordem dos Vereadores Sebastião Melo e Luiz Braz, o Senhor
Presidente prestou esclarecimentos quanto ao teor dos destaques apostos ao
Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 009/03 e, face Questões de Ordem do
Vereador Reginaldo Pujol, prestou esclarecimentos acerca da ordem de apreciação
dos itens destacados nesse Projeto. Em Discussão e Geral e Votação Nominal,
esteve o Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 009/03, em sua parte
vetada, o qual, após ser discutido pelos Vereadores Luiz Braz, Darci Campani,
Raul Carrion e Sebastião Melo, foi votado conforme especificado a seguir. Foi
votado destacadamente e aprovado o inciso V do artigo 18-B, considerando-se
rejeitado o Veto a ele aposto, por vinte votos SIM e nove votos NÃO, tendo
votado Sim os Vereadores Almerindo Filho, Beto Moesch, Cassiá Carpes, Cláudio
Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino
Besson, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João
Carlos Nedel, Luiz Braz, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol,
Sebastião Melo e Wilton Araújo e Não os Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos
Pestana, Darci Campani, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Raul
Carrion, Renato Guimarães e Zé Valdir. Foi votada destacadamente e aprovada a
alínea “i” do § 1º do artigo 20, considerando-se rejeitado o Veto a ela aposto,
por vinte e três votos SIM, dois votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, tendo votado Sim os
Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo,
Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza,
Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz,
Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Reginaldo
Pujol, Renato Guimarães, Sebastião Melo, Wilton Araújo e Zé Valdir, Não os
Vereadores Darci Campani e Marcelo Danéris e optado pela Abstenção o Vereador
Almerindo Filho. Foi votado destacadamente e aprovado o § 13 do artigo 20,
considerando-se rejeitado o Veto a ele aposto, por vinte e seis votos SIM, um
voto NÃO e duas ABSTENÇÕES, tendo votado Sim os Vereadores Aldacir Oliboni,
Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Cláudio
Sebenelo, Clênia Maranhão, Darci Campani, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói
Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, Luiz
Braz, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Raul
Carrion, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sebastião Melo, Wilton Araújo e Zé
Valdir, Não o Vereador João Carlos Nedel e optado pela Abstenção os Vereadores
Almerindo Filho e João Antonio Dib. Foi votado destacadamente e aprovado o
inciso XIV do artigo 71, considerando-se rejeitado o Veto a ele aposto, por
dezoito votos SIM e nove votos NÃO, tendo votado Sim os Vereadores Almerindo
Filho, Beto Moesch, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr.
Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Isaac
Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Nereu
D'Avila, Pedro Américo Leal e Sebastião Melo e Não os Vereadores Aldacir
Oliboni, Carlos Alberto Garcia, Darci Campani, Marcelo Danéris, Maria Celeste,
Maristela Maffei, Raul Carrion, Renato Guimarães e Zé Valdir. Durante a
apreciação do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 009/03, o Vereador
João Carlos Nedel cedeu seu tempo de discussão ao Vereador Luiz Braz. Em
Discussão Geral e Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei Complementar
do Legislativo nº 023/01, considerando-se mantido o Veto Total a ele aposto,
por dezesseis votos SIM e oito votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelo
Vereador João Carlos Nedel, tendo votado sim os Vereadores Beto Moesch, Cassiá
Carpes, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino
Besson, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João
Carlos Nedel, Luiz Braz, Pedro Américo Leal, Sebastião Melo e Wilton Araújo e
Não os Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Pestana, Darci Campani, Marcelo
Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Raul Carrion e Renato Guimarães,
votação esta declarada nula pelo Senhor Presidente, tendo em vista Sua
Excelência não ter participado da votação, conforme determina a alínea “p” do
inciso I do artigo 19 do Regimento. Na oportunidade, face Questão de Ordem do
Vereador João Antonio Dib, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca
do artigo 177 do Regimento. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi rejeitado
o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 023/01, considerando-se mantido
o Veto Total a ele aposto, por dezesseis votos SIM, dois votos NÃO e uma
ABSTENÇÃO, tendo votado Sim os Vereadores Beto Moesch, Cassiá Carpes, Cláudio
Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de
Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Nereu
D'Avila, Pedro Américo Leal, Sebastião Melo e Wilton Araújo, Não os Vereadores
Darci Campani e Zé Valdir e optado pela Abstenção o Vereador Elói Guimarães. Na
oportunidade, face Questões de Ordem e manifestações dos Vereadores Isaac
Ainhorn, João Carlos Nedel, Zé Valdir, Sebastião Melo, Renato Guimarães,
Maristela Maffei, João Bosco Vaz e Elias Vidal, o Senhor Presidente prestou
esclarecimentos acerca da aplicação do § 1º do artigo 176 do Regimento, com
referência à votação do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 023/01.
Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 011/03, considerando-se rejeitado o Veto Total a
ele aposto, por vinte e cinco votos SIM, tendo votado os Vereadores Aldacir
Oliboni, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cassiá Carpes,
Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Darci Campani, Elias Vidal, Elói Guimarães,
Ervino Besson, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco
Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela
Maffei, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães e
Wilton Araújo. Em Discussão Geral e Votação Nominal, esteve o Projeto de Lei do
Legislativo nº 216/99, com Veto Total, o qual, após ser discutido pelo Vereador
Luiz Braz, teve sua discussão suspensa face à inexistência de quórum. Às
dezessete horas e vinte e cinco minutos, constatada a inexistência de quórum, a
Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores
Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos
foram presididos pela Vereadora Margarete Moraes e pelo Vereador Elói Guimarães
e secretariados pelo Vereador João Carlos Nedel. Do que eu, João Carlos Nedel,
1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em
avulsos e aprovada, será assinada por mim e pela Senhora Presidenta.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1.ª SESSÃO
PROC. N.º 2406/03 - SUBSTITUTIVO N.º 02, que dispõe sobre a colocação de obras de
artes plásticas nas edificações com área igual ou superior a 2.000m2
(dois mil metros quadrados) e dá outras providências, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 108/03, ambos de autoria do Ver.
Raul Carrion.
PROC.
N.º 3841/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 224/03, de autoria do Ver. Raul Carrion, que
dispõe sobre a Carteira de Passagem Escolar Provisória e dá outras
providências.
PROC.
N.º 0942/04 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 002/04, de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo, que
proíbe, nos órgãos ou entidades da Administração Pública e concessionárias ou
permissionárias de serviços públicos, o desconto em folha de pagamento em favor
de agremiação partidária.
PROC.
N.º 1061/04 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N.º 001/04, que dispõe sobre o regime volumétrico de
Empreendimento Impacto Urbano de Primeiro Nível situado na Rua Dr. Mário Totta,
estabelece compensações para sua execução, bem como dá outras providências.
PROC.
N.º 1287/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 051/04, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que
denomina Rua Jayme Saul de Borba um logradouro público cadastrado localizado no
Bairro Espírito Santo.
2.ª SESSÃO
PROC.
N.º 6578/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 468/03, de autoria do Ver. Raul Carrion, que
cria o capoeiródromo no Parque Farroupilha.
PROC.
N.º 0127/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 040/04, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que
concede o troféu Honra ao Mérito ao Senhor Odorico Félix.
PROC.
N.º 0982/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 042/04, de autoria do Ver. Marcelo Danéris, que
concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Escritor e Poeta
Armindo Trevisan.
3.ª SESSÃO
PROC.
N.º 3037/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 192/02, de autoria da Verª Maria Celeste, que
denomina Rua Elias um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Lami.
Com Emenda n.º 01.
PROC.
N.º 0065/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 003/04, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que
declara de utilidade pública a Comunidade Evangélica Luterana São Paulo.
PROC.
N.º 0286/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 001/04, que autoriza a desafetação do uso
especial de imóvel do domínio público municipal e sua dação em pagamento da
indenização por desapropriação amigável das áreas dos imóveis destinados ao
Terminal Triângulo, na Av. Assis Brasil, e dá outras providências.
PROC.
N.º 0287/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 002/04, que desafeta da destinação de uso comum
do povo próprio municipal para fins de regularização fundiária através de
concessão de Direito real de Uso.
PROC.
N.º 0288/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 003/04, que autoriza a alienação de próprio
municipal ao Condomínio Edifício Ilana e dá outras providências.
PROC.
N.º 0318/04 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 001/04, de autoria da Verª Clênia Maranhão, que
altera dispositivos da Lei Complementar n.º 320, de 2 de maio de 1994, e
alterações posteriores, que dispõe sobre a denominação de logradouros públicos
e dá outras providências.
PROC.
N.º 0619/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 029/04, de autoria do Ver. Raul Carrion, que
institui a Semana Municipal do Artesanato e dá outras providências.
PROC.
N.º 2366/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 107/03, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que
oficializa, no âmbito do Município, a Feira Agropecuária da Produção Primária
de Porto Alegre (FEPOAGRO) e dá outras providências.
PROC.
N.º 5890/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 427/03, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que
dispõe sobre a instalação, sinalização, contratação e utilização de
controladores eletrônicos de velocidade e de semáforos nas vias públicas de
Porto Alegre e dá outras providências.
PROC.
N.º 6978/03 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N.º 014/03, que altera a Lei Complementar n.º
434/99, compatibilizando-a com o Estatuto da Cidade, Lei Federal n.º 10.257/01.
PROC.
N.º 7028/03 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 124/03, de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que concede o título honorífico de Líder Comunitário ao Cônego Aleixo Bottan.
PROC.
N.º 0122/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 017/04, de autoria do Ver. Beto Moesch, que
dispõe sobre o tratamento dos passeios públicos e dá outras providências.
PROC.
N.º 0340/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 023/04, de autoria do Ver. Luiz Braz, que
institui o Dia do Trabalhador Gráfico.
PROC.
N.º 5232/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 388/03, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que
autoriza o Executivo Municipal a conceder benefício financeiro de um salário
mínimo a Ivo Lemes Camargo Pedroso e dá outras providências.
PROC.
N.º 6917/03 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 123/03, de autoria do Ver. Raul Carrion, que
destina Sessão Solene anual em comemoração ao Dia do Trabalhador, na Câmara
Municipal de Porto Alegre.
PROC.
N.º 7052/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 482/03, de autoria do Ver. Raul Carrion, que
institui o Dia Municipal da Literatura e do Folclore Brasileiros e dá outras
providências.
PROC.
N.º 0855/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 036/04, de autoria da Verª Maria Celeste, que
proíbe a cobrança de consumação mínima ou consumação obrigatória em bares,
boates, danceterias, casas de show e similares no Município de Porto Alegre.
PROC.
N.º 0882/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 052/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que concede a Comenda Pedro Weingärtner ao Senhor Altair Roberto Fulginiti.
PROC.
N.º 0895/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 040/04, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal,
que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Alcibio
Mesquita Bibo Nunes.
4.ª SESSÃO
PROC.
N.º 0856/04 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA N.º 001/04, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que dá
nova redação ao “caput” do art. 51 da Lei Orgânica do Município de Porto
Alegre. (Recesso)
O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Srª Presidente, gostaria de fazer uma
comunicação que é um orgulho para todos nós da Câmara de Vereadores. Todos os
anos eu faço este registro com muita alegria. Hoje, conhecemos os nomes do Top of Mind, e, mais uma vez, para orgulho
desta Casa, o Ver. Haroldo de Souza é o narrador esportivo mais lembrado,
disparado na frente do segundo colocado. E para nós da Câmara de Vereadores é
um orgulho ter um Vereador com esse sucesso. Parabéns, Ver. Haroldo. (Palmas.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Esta Presidenta também faria essa
comunicação e reitera o abraço ao Ver. Haroldo de toda a Câmara de Vereadores.
Parabéns.
O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Senhora Presidenta, Vereadora Margarete
Moraes, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, minhas senhoras e meus
senhores. Também quero cumprimentar o Ver. Haroldo de Souza, locutor esportivo
nº 1 do Rio Grande do Sul, principalmente, porque apesar de ele estar
acostumado a ganhar esse prêmio, não perdeu a humildade, e isso é muito
importante.
Mas
Senhora Presidenta, Srs. Vereadores, Sras, Vereadoras, se o nosso
problema fosse fazer leis, eu resolveria tudo aqui e agora.
Eu
diria, num projeto de lei, que a Constituição brasileira será cumprida. Aí o
salário mínimo manteria quatro pessoas, conforme está escrito na Constituição,
com casa, comida, roupa lavada, férias na praia e dinheiro na poupança. Está
escrito lá, não fui eu que escrevi.
Só
fazemos leis, leis, e mais leis; gastamos tempo e dinheiro, sem que elas sejam
necessárias.
O
Ver. Raul Carrion dispõe sobre a colocação de obras de artes plásticas nas
edificações com área igual ou superior a dois mil metros quadrados. Eu não
posso tirar da iniciativa privada a forma que deseja realizar a sua construção.
Eu não posso obrigar, por
lei, que os artistas renomados coloquem suas obras e também não posso colocar
obras de má-qualidade. Mas vou dizer, como Engenheiro, que é difícil fazer
isso.
Eu
moro num prédio com 27 apartamentos, que possui uma área de cinco mil metros
quadrados, e eu gostaria de ver alguém atender a essa lei naqueles cinco mil
metros quadrados.
O
mesmo Ver. Carrion dispõe sobre a carteira de passagem escolar provisória e dá
outras providências. Acho que o estudante deve ser protegido, sim, e isso é tão
verdade que, quando cheguei na Secretaria dos Transportes, as carteiras
escolares eram dadas em cada empresa, um dia por semana e num horário diminuto.
Eu centralizei num só local o recebimento da carteira, facilitando a vida dos
estudantes, sem nenhum problema.
Agora,
se o estudante perde a carteira, eu faço uma lei para que a carteira provisória
valha por 14 dias? É brincadeira! O estudante que seja consciencioso, que
cuide, não pode perder o seu documento de identidade, não pode perder a sua
carteira. E duvido o cobrador que exija a apresentação da carteira. Muito
poucas vezes isso vai acontecer!
O
Ver. Cláudio Sebenelo é um político, e como político sabe, ao assinar ficha
partidária, que há as regras do partido – pelo menos deveria conhecê-las – e
declara que fará valer o estatuto do partido.
Agora, está o Ver. Sebenelo pretendendo
impedir que o desconto dos contribuintes seja feito em folha. Eu acho que há um
equívoco bastante grande, porque não vai atingir o seu objetivo com esse
projeto. (Lê.): “Nenhum servidor, funcionário ou empregado, poderá sofrer
qualquer espécie de constrangimento no trabalho por deixar de contribuir de
forma espontânea para agremiação partidária que vier a integrar”.
É muito difícil a aprovação desse Projeto;
acho que não deveria ser feito.
E o nosso Prefeito manda um Projeto de
Lei - esse sim, vergonhoso -, esse foi o termo que encontrei: vergonhoso.
(Lê.): “Dispõe sobre o regime volumétrico de Empreendimento Impacto Urbano de
Primeiro Nível situado na Rua Dr. Mário Totta, estabelece compensações para a
sua execução, bem como dá outras providências”.
O que aconteceu aqui!? Toda aquela equipe
da SMOV, planejamento, tudo aquilo cheio de computadores, autorizaram o
engenheiro a fazer a obra. As fundações estavam prontas, aí descobriram que não
podiam fazer a obra. Mas levaram dois anos para autorizar! Será que em dois
anos toda aquela gente, ganhando do povo, não viu que havia problemas? E,
agora, então, ele faz um acerto de contas. Isso é realmente vergonhoso. Eu não
posso encontrar outra palavra para qualificar esse Projeto de Lei de S. Exª, o
Sr. Prefeito Municipal. Eu sei porque acompanhei os acontecimentos dessa obra,
que foi licenciada e aprovada pela SMOV. Saúde e PAZ!
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): O
Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, há
vários projetos em Pauta, mas vou-me deter, especificamente, no Projeto do Ver.
Cláudio Sebenelo (Lê.): “...que proíbe, nos órgãos ou entidades da
Administração Pública e concessionárias ou permissionárias do serviço público,
o desconto em folha de pagamento em favor de agremiação partidária”.
Surpreende-me muito essa posição do Ver. Cláudio Sebenelo, porque quando uma
pessoa filia-se a um partido político e exerce, num determinado momento, um
cargo em comissão, sabe que haverá um desconto para a manutenção do partido.
É
importante, também, e os Vereadores sabem muito bem, saber de que forma é
constituído um partido político. Por exemplo, o nosso Partido, o Partido
Socialista Brasileiro, tem toda a sua manutenção por meio da contribuição dos
seus filiados, e a grande arrecadação é de parte dos detentores de mandato, ou
seja, Vereadores, Deputados Estaduais e Federais, Prefeitos, Governadores,
Senadores e seus gabinetes, e quando, eventualmente, ocupam cargos junto à
Administração Direta, ou seja, junto ao Executivo. Por exemplo, aqui em Porto
Alegre, o PSB, hoje, está à frente do Departamento de Esgotos Pluviais com 12
cargos em comissão e todos esses cargos descontam 10% dos seus salários - é uma
determinação, está nos estatutos do Partido de que cada filiado que detenha
cargo em comissão ou mandato deve contribuir com o partido com um desconto em
folha - 10% do seu salário. São 10% sobre o salário bruto. Não há nenhuma
discussão interna no Partido, porque as pessoas quando entram já sabem disso, e
é uma das poucas formas que os partidos políticos têm de poder fazer as suas
articulações, de fornecer informações ao povo sobre o que têm feito.
Então,
imaginem os senhores e as senhoras se os partidos políticos, de uma hora para a
outra, deixassem de ter essa contribuição partidária conforme o Ver. Cláudio
Sebenelo está solicitando. Talvez o Ver. Cláudio Sebenelo - e eu não sei, por
isso que vou usar o termo talvez -, consiga recursos para o seu Partido de
outras fontes. Mas o nosso Partido, o Partido Socialista Brasileiro, e eu digo
isso com toda a convicção e com toda tranqüilidade, toda a receita ordinária do
Partido, toda a movimentação partidária, seja de passar informações através dos
seus informativos, seus folhetos, jornais, a manutenção disso se dá, única e
exclusivamente, pela contribuição dos seus mandatários de cargos ou por pessoas
que trabalham como CC. Então, é por isso que eu venho, aqui, manifestar e o
Ver. João Antonio Dib, que me antecedeu, também se manifestou no mesmo sentido.
Eu penso que seria interessante, até, e nós vamos conversar com o Ver. Cláudio
Sebenelo, para ele refletir melhor a sua posição.
Talvez
este Projeto que hoje está ingressando em 1ª Sessão de Pauta, o Ver. Sebenelo
possa retirar da Pauta e se preocupar com outros assuntos. Eu não sei qual a
posição do PSDB, gostaria até de ouvir o Ver. Luiz Braz, mas todos os Partidos
políticos têm a sua configuração monetária por meio de descontos, e cada um com
uma contribuição diferente. Eu volto a dizer que o nosso Partido desconta de
todas as pessoas, sejam detentoras de mandato ou de cargo em comissão, 10% do
seu salário bruto. Muito obrigado, Srª Presidenta.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Zé Valdir está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. ZÉ VALDIR: Srª Presidenta, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, vou comentar a coluna Opinião, do Jornal Zero
Hora, do dia 30 de outubro de 2003, sobre os pardais: “O excesso que mata. A cada seis minutos, os controles
eletrônicos ou a fiscalização dos agentes de trânsito multam motoristas
porto-alegrense por excesso de velocidade. Em alguns casos, o excesso supera o
dobro da velocidade permitida. Trata-se, evidentemente, de fatos que
desrespeitam o direito da população a um trânsito seguro, tranqüilo e educado.
Se cumpre ao poder fiscalizador uma atenção permanente no sentido da sinalização
e alertar os condutores sobre os limites a serem mantidos, cumpre-lhe, também,
aplicar com severidade o que a lei permite: a punição correspondente. Se a
Cidade quiser evoluir também nesse item, a qualidade de vida, de que tanto se
orgulha, não pode continuar tolerando o desrespeito às regras de circulação”.
Isso
é interessante, porque o Vereador Sebastião Melo apresenta um Projeto com a
velha cantilena do pardal arrecadador,
da fúria fiscalista, tentando facilitar a vida daqueles maus motoristas que desrespeitam
a vida e que matam nesta Cidade. Eu acho incrível que depois de este Estado ter
acompanhado o maior estelionato eleitoral com o Deputado Fernando Záchia
falando nos pardais, elegeu-se com
esse discurso e agora, simplesmente, não fala mais nos pardais, tanto que os leitores - provavelmente eleitores dele -
estão reclamando nos jornais o sumiço dos pardais
e o silêncio do Deputado Záchia, o Ver. Sebastião Melo ainda ter a coragem de
apresentar e voltar a este mesmo tema, com a velha cantilena, o velho discurso.
Mas
também quero discutir essa obra-prima do Ver. Cláudio Sebenelo, esse Projeto de
Lei que pretende proibir o desconto partidário por meio dos órgãos públicos.
Vejam que ele critica o tipo de administração que obedece mais a lógica, a ideologia
de um Partido do que a eficiência da gestão governamental ou mesmo os
interesses da população. Aqui, o primeiro equívoco, porque contrapor o conceito
de ideologia a um conceito de eficiência administrativa como um conceito
neutro, já é uma visão ideológica. O segundo equívoco é risível, porque o
Vereador diz que o desconto é compulsório; o desconto não é compulsório, nem
tem como ser. O desconto é optativo, é opcional, é espontâneo para os filiados
aos respectivos Partidos. Ele diz ainda – com o seu raciocínio simplista, mas
absurdo – que o contribuinte que paga os impostos, que paga os funcionários não
foi consultado para saber se aquele funcionário que recebeu o salário pode ou
não investir num Partido político. Mas ora, então vamos ter de consultar o
contribuinte para saber se o salário que o funcionário recebe ao final do mês
pode ser gasto num bar, se pode ser usado para comprar uma geladeira, se pode
ser gasto no shopping center? Mas que
absurdo! O funcionário público faz o que quiser com o seu salário, e isso não
fere nenhum princípio, não fere o direito dos contribuintes, os contribuintes
pagam os impostos para o Estado funcionar. Outro equívoco do Vereador: desde
quando a instituição dos Partidos políticos também não é um elemento
constitutivo do Estado? É, sim, um elemento constitutivo do Estado, desse ente
que nós chamamos Estado, porque sem partidos políticos o Estado, no mínimo, não
funciona - pelo menos o Estado Democrático de Direito - o Estado de Direito
como nós conhecemos.
Portanto,
esse Projeto do Vereador, que tem um endereço certo, fazendo uma disputa
ideológica com o PT, é totalmente equivocado, com argumentos risíveis, e que
acabou atingindo, não o PT, mas propiciando um debate e a manifestação
contrária de vários Partidos, porque não é só o PT que desconta, não é só o PT
que tem as suas contribuições partidárias. Praticamente todos os Partidos, pelo
menos os partidos organizados, partidos transparentes, têm a contribuição
partidária, e isso é um direito das pessoas, do funcionário, de fazer o que
quiser com o seu salário...
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Tempo encerrado, Ver. Zé Valdir.
O SR. ZÉ VALDIR: Eu já concluo, Srª Presidente, o
Vereador, antes de apresentar esse tipo de Projeto tem de estudar um pouquinho
melhor e procurar, pelo menos, fundamentar melhor as suas proposições.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Vereadora Margarete Moraes, Presidente da
Casa, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, temos inúmeros Projetos
nesta Pauta. Projetos interessantes, prêmios, ruas, preocupações como as do
Ver. Cláudio Sebenelo, que quer proibir, no âmbito do Município, o desconto em
folha das contribuições partidárias. É uma matéria complicada, uma matéria
difícil, mas é uma matéria que, com certeza, vai provocar um amplo debate nesta
Casa. Eu não sei qual a intenção do Ver. Cláudio Sebenelo ao apresentar esse
Projeto, pois os partidos não conseguem sobreviver sem a contribuição dos seus
filiados. Nós, filiados dos nossos Partidos, somos os que garantem a sua
sustentação e a sua sobrevivência. Quando o Partido está no Governo arrecada
mais; quando o Partido está fora do Governo, arrecada menos. Essa é uma prática
que tem sido utilizada por todos partidos. Claro que não podemos pregar a
obrigação do filiado descontar em folha. Mas para o filiado que consentir a sua
colaboração com o desconto em folha de um percentual do seu salário para o
Partido fica difícil nós proibirmos essa iniciativa. Mas teremos uma
oportunidade maior para discutir esse assunto, pois, como já disse, é um
assunto difícil. Teremos debates acalorados nesta tribuna, com certeza, de
pessoas a favor e de pessoas contrárias a esse Projeto. Eu, como Líder das
Oposições, pretendo, na próxima reunião das Oposições, tentar discutir esse
assunto, Ver. João Dib e Ver. Beto Moesch, mas eu não sei qual é a intenção do
Ver. Cláudio Sebenelo ao tentar proibir esse desconto em folha, porque somos
nós que sustentamos os nossos Partidos.
Há
um outro Projeto muito polêmico - e aí eu já quero me posicionar contrário a
ele -, de autoria da competente Verª Maria Celeste, minha querida amiga, uma
Vereadora preocupada com essas questões sociais, já foi Conselheira Tutelar e
já trabalhou para defender crianças e adolescentes. A Verª Maria Celeste
apresenta um Projeto para proibir que bares e restaurantes cobrem a consumação
mínima para os seus freqüentadores.
Já
conversei, antes de vir à tribuna, com a Verª Maria Celeste e acho complicado
também esse Projeto, é um assunto que vai dar muita discussão na Casa, porque
os bares, restaurantes e danceterias, primeiro, têm um grande investimento;
segundo, quando abre o bar, o restaurante, o cliente chega lá, pede uma água
mineral, fica a noite toda lá bebendo, ouvindo a música - não é Bumbel? –, está
ali um empresário da noite, que faz grandes shows,
traz grandes conjuntos, ele sabe disso: “uma água mineral e um palito”, diz o
Ver. Zé Valdir. Então, essa é uma situação que a Assembléia já tentou aprovar e
não conseguiu. E, com certeza, se esse Projeto for aprovado na Casa, vai trazer
um grande prejuízo aos empresários da noite. Mas a Ver. Maria Celeste tem como
argumento forte – V. Exª tem um argumento respeitável -, que existem casas noturnas
que cobram até 40 reais de consumação, e aí os jovens - que nem podem beber,
porque não têm 18 anos –, como há aqueles 40 reais para poder beber, bebem tudo
o que aparece pela frente.
É
um Projeto complicado; é um Projeto que vai virar polêmica; é um Projeto que
vai criar dificuldades. E eu quero me posicionar contrariamente a ele, por
entender que vai dificultar. Mas, quem sabe, outros argumentos me convençam, e
eu volte atrás. Aliás, só não troca de opinião, quem não tem opinião. Não é
verdade, Vereadora? Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Raul Carrion está com a palavra
para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. A Verª Clênia Maranhão está com a
palavra para discutir a Pauta.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª Presidenta, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, são inúmeros os projetos em discussão preliminar
de Pauta nesta Casa, mas eu queria me referir a um Projeto de minha autoria, o
qual apresentei a esta Casa nos dias que antecederam o dia 8 de março, Dia Internacional
da Mulher, e que se refere a uma questão que trata da simbologia, da
representação do espaço feminino nas áreas públicas.
Eu
queria, então, falar um pouco de uma das questões que dá visibilidade à
história de uma cidade, que são os seus nomes de ruas.
Porto
Alegre é uma cidade que tem 85 bairros, 4.223 ruas, mais de 500 praças, 11
parques, pontes e viadutos. Caminhando pelas ruas de Porto Alegre - e se uma
pessoa vem de fora e não conhece a história e a contribuição que as mulheres
deram a esta Cidade -, poder-se-ia ter uma avaliação de que houve uma omissão
da participação feminina na história de Porto Alegre, o que não é verdade.
Porém, no ano passado,
quando eu presidia a Comissão de Educação e Cultura desta Casa, eu tive o
cuidado de fazer um levantamento das ruas e dos nomes dos logradouros, de uma
forma em geral, e vi que 84% das propostas apresentadas para o nome dos
logradouros públicos de Porto Alegre eram para homens e apenas 16% eram
referentes aos personagens femininos que construíram esta Cidade. Na verdade,
eu acho isso uma enorme injustiça, porque, desde que as mulheres historiadoras
começaram a ocupar um lugar de destaque no mundo da pesquisa, começou-se a
perceber uma enorme injustiça em relação às mulheres que têm contribuído com a
formulação das políticas da Cidade e com as mulheres que anonimamente têm
construído um trabalho de luta comunitária, nos inúmeros bairros e vilas desta Cidade.
Procurando um resgate do
ponto de vista de gênero, na representação da nomenclatura das ruas, a única
forma que nós encontramos foi a de recorrermos ao tradicional mecanismo das
ações positivas, instituindo, por meio de uma cota de representação por gênero,
na hora de esta Casa aceitar os projetos de leis relativos aos logradouros da
Cidade. Talvez alguém ache que isso não é importante para uma cidade.
Eu
queria apenas resgatar uma concepção extremamente importante de vários
urbanistas que trabalham as relações humanas no âmbito dos espaços urbanos,
vários urbanistas que fazem questão de mostrar que uma cidade não é apenas
composta dos seus edifícios, do cal, do cimento, das suas pontes e avenidas,
que ela também é formada da sua história, da sua memória, do seu aporte
histórico, que configure, inclusive, a consciência que as cidadãs e os cidadãos
têm da sua relação com esta Cidade e também da sua própria história individual.
Portanto,
uma cidade que menospreza o reconhecimento e um espaço de enorme visibilidade,
como são os nomes dos logradouros públicos, na verdade, ela falta e faz uma
injustiça com as mulheres que fazem a história deste Município.
Então,
o nosso Projeto procura garantir a igualdade, garantir o resgate da
contribuição feminina que deve ser expressa nos novos nomes de ruas, de praças,
de pontes e de viadutos. Eu acho que é um Projeto extremamente fácil de ser
executado; é um Projeto simples, mas que, segundo a minha pesquisa, coloca mais
uma vez Porto Alegre na vanguarda do resgate da história das mulheres. Muito
obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, insigne Verª Margarete
Moraes, colegas Vereadores, colegas Vereadoras, instava-me o Vereador e
ex-Prefeito desta Cidade João Antonio Dib, dizendo-me: “Olha, Ver. Sebastião
Melo, eu estou vendo a representação da Bancada Governista ir à tribuna cobrar
diariamente quantas casas o Governo do Estado fez nesse primeiro ano de
gestão”.
Concluímos
muitas unidades em Porto Alegre e muitas estão em andamento no Rio Grande do
Sul. O Parque dos Maias é um exemplo, e V. Exª conhece bem a matéria, Ver.
Carlos Pestana. Os 150 mil reais que o Governo vai aportar para as famílias da
Atílio Supertti também são para a
habitação popular. E V. Exª também sabe disso. Agora, Ver. João Dib, eu
gostaria, na verdade, de que nós pudéssemos fazer um cotejamento aqui para
quantas casas o ex-Prefeito desta Cidade e Ministro das Cidades mandou dinheiro
para serem feitas em Porto Alegre. Porque foi Prefeito da Cidade, é Ministro
das Cidades, cuida, portanto, dessa área, e pelo que eu sei, Ver. Pestana, eu
gostaria então de perguntar a V. Exª, dialogando francamente, quantas casas o
Sr. Ministro Olívio Dutra fez para Porto Alegre neste primeiro ano? V. Exª não
me venha aqui com o programa do PAR, de que V. Exª era contra, quando era
Diretor do DEMHAB. O Programa da Caixa Federal, um dos melhores programas
habitacionais, que é o Programa de Arrendamento Residencial, é hoje, Ver.
Ervino, amplamente utilizado pelo Governo seguidor de Fernando Henrique. Então,
não venha me dizer: “Nós estamos fazendo”. Não, a Caixa Econômica Federal tem
recurso para isso e é um programa que vem do Governo anterior. Então, quero
travar esse debate, porque ontem não acompanhei a Comissão de Habitação da
Casa, mas, mais tarde, fui ao Rincão, onde estão as 35 famílias que saíram da
Atílio Supertti. E, Verª Maristela, penso que tínhamos de fazer, começando aqui
pela Casa, um mutirão. Hoje tentei, nos órgãos públicos estaduais, ver o que é
possível - Gabinete da Primeira-Dama, a própria FASE -, porque as pessoas
estão, inclusive, sem comida lá naquele galpão, Verª Maristela; a senhora
esteve lá ontem, não é? Não sei se esteve lá pela CUTHAB, mas sei que o Ver.
Raul Carrion e o Ver. Renato Guimarães estiveram lá. É uma situação calamitosa!
Acho que tínhamos de capitanear aqui, via Comissão de Habitação, e até do ponto
de vista pessoal - cada um dos Vereadores fazer uma contribuição -, porque é
uma situação muito difícil a daquelas famílias que foram tiradas da Atílio
Supertti. Estou dizendo isso porque está lincado com uma coisa chamada política
habitacional deste País. No nosso País há dinheiro para tudo; dinheiro para outdoor; dinheiro para fazer qualquer
coisa. Mas, infelizmente, os governos não investem em habitação. Nem os
anteriores, e este que está aí, muito menos. Há uma coisa em que este Governo
gosta de investir: propaganda enganosa, e em transferir recursos dos
trabalhadores para os banqueiros e para o Fundo Monetário Internacional. Estes
têm sido os eixos do Governo do Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, porque, até o
momento, Ver. Elói, a esperança não venceu o medo; o medo está vencendo a
esperança até o presente momento.
Então,
quero aqui, Ver. Beto Moesch, deixar esse desafio: vamos sim debater a política
habitacional do Governo Federal, do nosso Governo do Estado, mas não vamos costear o alambrado sobre a questão do
Município. Está aqui colocado, Ver. Pestana, gostaria que produzíssemos um
debate sobre isso.
Por
fim, eu quero cumprimentar meu colega de Bancada, Ver. Haroldo de Souza, que,
pela terceira vez consecutiva - uma vez, duas, até pode ser coincidência, mas
três vezes é porque o sujeito é bom demais - é Top of Mind como narrador da nossa querida Rádio Guaíba. Meus
cumprimentos, Ver. Haroldo. Sucesso na caminhada! Muito obrigado, Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra
em Tempo Especial para apresentar seu Relatório relativo à viagem que fez a
Aracaju, representando a Presidência desta Casa no Encontro de Presidentes de
Câmaras Municipais do Brasil.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª Presidenta, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, fui incumbido do compromisso e da
responsabilidade de representar a Presidenta e, de resto, a Mesa e a Casa, em
Encontro que se realizou de 11 a 13 do corrente mês, na Cidade de Aracaju, onde
reuniu-se o Fórum Permanente de Presidentes de Câmaras Municipais, com vista a
discutir, analisar questões relacionadas a interesses específicos e objetivos
no que diz respeito à administração das Câmaras Municipais.
Mas
a questão mais debatida, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, deu-se
exatamente com relação à Emenda Constitucional nº 25, que introduz o preceito
constitucional, o art. 29-A da Constituição da República, o denominado freio dos 70%. Os gastos com pessoal das
Casas Legislativas, na forma da Constituição, em face da Emenda Constitucional
nº 25, não podem ascender os 70%. Isso criou, e vem criando, ao longo do tempo,
eis que a Emenda é de 2000, problemas de toda ordem para as administrações das
Câmaras Municipais, porque a função final das Câmaras Municipais não é
investir. Construído seu prédio, equipado com os seus serviços, a grande
despesa é com pessoal. Então, na medida em que se limita a 70%, estamos diante
de uma diferença de 30%, que, muitas vezes, faz com que presidentes de Câmaras
- isso não vale, evidentemente, para a Câmara Municipal de Porto Alegre - façam
gastos supérfluos ou devolvam ao Executivo Municipal. A regra, a estatística, e
o levantamento acusam despesas muitas vezes sem muita razão de ser, quando se
deixa de atender até mesmo direitos que decorrem do funcionalismo, porque o freio,
o teto de 70% não permite.
Um
grupo de Senadores, em 2001, propôs a Emenda nº 55, que, posteriormente,
recebeu a numeração de Emenda nº 574, em que se retira, do art. 29-A da
Constituição o freio de 70%.
Essa
Emenda, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, já passou pelo Senado
Federal em votação de dois turnos; está na Câmara Federal, em que já recebeu o
Parecer do Relator e um Substitutivo à Emenda nº 574.
Pois
bem, a Emenda nº 574 melhora as condições de administração das mesas e
presidências de Câmaras Municipais. Nesse sentido, o Fórum Permanente de
Presidentes de Câmaras faz um apelo no sentido de que haja uma mobilização para
se manter aprovada, Ver. João Antonio Dib, como aconteceu no Senado, a referida
Emenda, que vem, por assim dizer, desobstruir, para os administradores
presidentes de Câmaras, uma séries de dificuldades que eles vêm enfrentando.
Então,
nesse sentido, o debate maior se deu exatamente nessa questão, porque é vital,
é importante, é fundamental que mantenhamos as mobilizações no sentido de se
assegurar a aprovação dessa Emenda.
Por
outro lado, há um movimento ao contrário, que se dá com os Prefeitos
Municipais. Evidentemente, os Prefeitos Municipais são resistentes à
possibilidade da aprovação dessa Emenda. Assim, fez-se lá um encontro em que
tivemos a oportunidade de debater com o Presidente dos Executivos Municipais,
Prefeito de Aracaju, ex-Deputado Federal, Prefeito Marcelo Déda, em que S. Exª,
na qualidade de Presidente dos Executivos Municipais, dos Prefeitos Municipais,
abriu a possibilidade de o Fórum Permanente levar à reunião de prefeitos das
Capitais os seus pleitos, os seus apelos no sentido da aprovação da referida
Emenda, porque ela efetivamente vem resolver essas questões que as câmaras
municipais enfrentam com o referido percentual de 70%.
Nesse
sentido, firmou-se o entendimento, posto que o encontro era constituído de
Presidentes de Câmaras e também de um grupo técnico formado por profissionais e
especialistas na área. O entendimento que se firma é no sentido de uma mobilização
na defesa do Projeto de Emenda Constitucional nº 574, que vem exatamente
permitir que as Câmaras e Casas Legislativas locais possam desenvolver as suas
atividades, buscando as suas finalidades e eliminando-se aqueles 70%, que, em
última análise, fazem com que, muitas vezes, Presidentes desavisados façam
gastos desnecessários, porque o percentual de 70% é para a folha de pagamento e
30% para investimentos, quando se sabe que a finalidade das Câmaras Municipais
não é fazer obras, fazer investimentos; uma vez concluídas as obras das Casas,
enfim, os seus equipamentos, não há mais necessidade, tem de se investir em
quê? Em pessoal, na qualificação dos seus funcionários, na qualificação e no
equipamento dos seus instrumentos, para que a finalidade seja atendida.
Portanto,
fica aqui, em síntese, essa nossa participação. Eu acho que se tratou de um
encontro extremamente importante, fecundo, útil. E o apelo do XIV Fórum
Permanente de Presidentes das Câmaras das Capitais Brasileiras é para que se
faça mobilização a fim de que, afinal, se tenha aprovada a Emenda nº 574, que
vem melhorar as condições de ação e labor das Câmaras Municipais do País. Fica,
portanto, Presidenta, o registro da a nossa incumbência. Nós vamos, depois,
apresentar um relatório com material e elementos. Nós entendemos que a Câmara
Municipal de Porto Alegre tem sido vanguarda na história, em todos os
movimentos, não podendo ficar ausente dessas questões tão importantes que dizem
com o interesse, em última análise, da população. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço especialmente a presença do Ver.
Elói Guimarães no Fórum Permanente de Presidentes das Câmaras, também dizendo
que hoje a Mesa Diretora analisou essa questão e decidiu pela manutenção de um
vínculo permanente, e, mais do que isso, da colocação da nossa Casa nesse
Fórum.
O
Ver. Beto Moesch está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. BETO MOESCH: Srª Presidenta, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, os principais problemas das cidades brasileiras,
das cidades com maior concentração populacional como Porto Alegre, são
justamente o problema habitacional, de saneamento básico, enfim, os problemas
ambientais. E Porto Alegre sempre está pautada por invasões de áreas, das mais
diversas áreas. A CUTHAB, ontem e hoje, visitou uma área, lá na Lomba do
Pinheiro, invadida por pessoas que não têm onde morar, onde habitar, ou seja,
que não têm as condições mínimas, dignas de humanidade; não têm casa. E por que
ocorrem essas invasões nessas áreas? Por dois motivos macros: a Prefeitura de
Porto Alegre não tem política habitacional e não tem política ambiental sérias.
Não há política habitacional, as pessoas não têm onde morar e invadem áreas
verdes.
Essas
áreas gravadas historicamente ao longo da história de Porto Alegre, que
deveriam ser áreas para a população, para servir a sociedade como um todo,
praças, parques, por apenas serem gravadas, mas não efetivadas como tais,
passam a ser terrenos baldios e são invadidas por pessoas que não têm onde
morar e porque não lhes é oferecida moradia. Isso é extremamente grave e mostra
como a Prefeitura não encara os problemas mais sérios do dia-a-dia, mais
sofríveis da sociedade porto-alegrense.
A
Constituição do Estado e a Lei Orgânica do Município são claras: as áreas
verdes são inalienáveis. Mas, se são inalienáveis, como podem fazer um Projeto
de Lei, o qual o Ver. João Antonio Dib esteve aqui, na tribuna, na
segunda-feira, para denunciar, um Projeto de Lei do Executivo, que tramita
nesta Casa, desafetando uma área de 10 mil metros quadrados, que seria
destinada como área verde para um parque, mas está sendo desafetada para
moradia? Nós precisamos de moradia, é claro! Tanto é que nós queremos uma
política habitacional, Ver. João Bosco Vaz, efetiva em Porto Alegre. A
Prefeitura acaba oferecendo essas áreas verdes, praças e parques,
imprescindíveis para a sociedade, porque não tem política habitacional e porque
não tem política ambiental.
O
Ministério das Cidades, a representante do Ministério das Cidades,
Secretária-Executiva do Ministério das Cidades, do então Prefeito Olívio Dutra,
hoje Ministro, esteve aqui no Rio Grande do Sul, em Gramado, no ano passado, no
Seminário de Direito Habitacional e Ambiental, condenando as Prefeituras que,
Brasil afora, utilizam-se de áreas verdes para transformá-las em outra coisa
que não áreas verdes. E exige, no mínimo, quando isso ocorra: uma compensação
com a mesma área para ser oferecida à sociedade. Mas não é o que está ocorrendo
na Cidade de Porto Alegre, porque não há política habitacional e porque não há
política ambiental. E elas devem estar casadas, elas devem estar unidas para o
bem da sociedade em geral.
Por
isso essas invasões ocorrem; por isso nós estamos perdendo as áreas verdes,
estamos perdendo as áreas de preservação permanente, estamos perdendo os
morros, estamos perdendo os arroios e os recursos hídricos da Cidade de Porto
Alegre, porque não há política habitacional e porque não há política ambiental
no Município de Porto Alegre de forma séria, de forma efetiva. Muito obrigado,
Srª Presidenta.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Srª Presidenta, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, hoje de manhã, nós tivemos a oportunidade de estar
presente na Escola de Ensino Fundamental Coelho de Souza, que fica lá na
Estrada do Varejão, no Lami. Nós fomos, este Vereador e o Gabinete, levar
doações de mais de dois mil livros, doações essas que foram ofertadas por duas
escolas lassalistas, La Salle Dores e La Salle Santo Antônio, porque aquela
escola, a Coelho de Souza – e é interessante os Srs. Vereadores e as Sras
Vereadoras saberem – é uma escola que fica no Lami, mas naquela região, a
partir de Belém Novo até Itapuã, num raio de quase 30 quilômetros, não existe
nenhuma escola de Ensino Médio.
Eu
presenciei inclusive, algumas pessoas que nos colocaram essa dificuldade, por
exemplo, para estudar no Belém Novo, quando saem do colégio, na faixa, na
Estrada do Varejão, chegam em casa à meia-noite ou mais tarde, e para irem em
casa, se não forem de cavalo ou charrete - nós estamos falando de uma realidade
aqui de Porto Alegre, área rural -, levam mais de uma hora a pé até as suas
casas. Qual é a nossa preocupação? Houve uma reunião com os pais, estão pedindo
o EJA, ou seja, a possibilidade de educação de jovens e adultos, para que
aquelas pessoas possam terminar o Ensino Fundamental. Mais de duzentas pessoas
se inscreveram. O que nós estamos gestionando, agora, junto ao nosso colega
Vereador, e hoje Secretário Estadual de Educação, José Fortunatti, é que, num
primeiro momento, conceda à Escola Coelho de Souza a possibilidade de atender
as pessoas por meio do EJA. Então, à noite, as pessoas poderão ter aula, se
aprimorar, buscar conhecimento. E, num segundo momento, em cima disso também
que nós estamos trabalhando, para que essa escola possa ser contemplada com o
Ensino Médio.
Volto
a dizer que naquela região, em que hoje moram mais de 30 mil pessoas, não
existe, a partir de Belém Novo e até Itapuã, passando por Lami, Cantagalo,
Extrema, Sapolândia, nenhuma escola de Ensino Médio. Então, as pessoas ficam
prejudicadas com isso. Hoje, então, nós tivemos a oportunidade, por intermédio
das doações, de entregar mais de dois mil livros, procurando aprimorar a
biblioteca da escola e começando a formar uma biblioteca para o Ensino Médio.
Estamos trabalhando também com algumas empresas na possibilidade da construção
de um laboratório para aquele local.
Nós
queremos que a Secretaria Estadual de Educação possa ter um olhar diferenciado,
ir ao encontro, visitar aquela região, porque, eu volto a dizer, é uma região
atípica dentro da nossa Cidade, mas é uma região muito bonita, é uma região que
mostra a configuração rural da nossa Cidade, e é por isso que já falei que,
muitas pessoas, ao chegarem em casa, por volta da meia-noite, meia-noite e
quinze minutos, necessitam ter, na faixa, alguém ou algum de seus familiares
esperando a cavalo ou de charrete para que possam chegar até as suas
residências.
Então,
são situações diferenciadas neste universo, nesta Cidade, que hoje tem mais de
um milhão e 350 mil habitantes, mas, ao mesmo tempo, por incrível que pareça,
temos, num canto de nossa Cidade, lá na Extrema, um raio de 30 quilômetros onde
o Governo Estadual ainda não conseguiu oferecer Educação de Ensino Médio para
seus habitantes.
É
em cima disso que estamos empenhados, na construção dessa luta. Muito obrigado,
Srª Presidenta.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª Presidenta, Srs. Vereadores e
Vereadoras, hoje, a preocupação grande em nossa Cidade, como de resto no nosso
Estado, é com a possibilidade de uma greve na área da Polícia Civil, e em
outras áreas da Segurança do Governo do Estado. Já há greve na Polícia Federal,
os agentes federais. Então, o quadro é absolutamente ameaçador, na medida em
que vivemos uma situação financeira extremamente dramática no Estado do Rio
Grande do Sul, haja vista o atraso no pagamento do funcionalismo. E uma greve,
diante dessa crise, não sei, não creio, não acredito que seja o melhor
instrumento político para serem atingidos os objetivos justos dos senhores
policiais, haja vista, também, que faz 10 anos que os policiais do Estado do
Rio Grande do Sul não têm o menor reajuste. Isso vai levando,
inquestionavelmente, à desqualificação, à pauperização, por assim dizer, dos
funcionários policiais. Se razão lhes sobra, inquestionavelmente - há dez anos
sem aumento, sem reajuste -, o que cresceu o custo de vida de lá para cá é
indiscutível, mas não sei, Srª Presidenta, Srs. Vereadores, se o caminho, o
mecanismo é a greve. Acho que não! Eu acho que há outras formas, outras
alternativas de protesto permanente, de ação, no sentido de se encontrar uma
solução, penso que seria por aí, não pela greve. Até por que, é bom que se
diga, eu pude observar a reação popular, em diversos locais, a respeito da
greve da Polícia Federal; porque, em última análise, é uma greve contra quem?
Contra o Governador? Contra o Presidente da República? Não, absolutamente não!
É uma greve exatamente contra a população. Imaginem, estamos vivendo uma
situação extremamente difícil, em termos de segurança, crescendo a
delinqüência, e uma greve de setores vitais se nos afigura nessa quadra, neste
momento, em que é real a falta de recursos do Estado, um caminho não
recomendado pela história e pela responsabilidade que têm os policiais no zelo
de atividades tão importantes como as de Segurança Pública.
Portanto,
fica aqui o nosso apelo, porque a greve da Segurança, da polícia, de resto,
afeta, sim, a questão da Cidade, do Município; fica aqui o nosso apelo para que
se encontre uma saída, uma solução que não seja essa, porque essa, exatamente,
deixará mais em desabrigo ainda a população da Cidade de Porto Alegre, que
clama, diária e diuturnamente, por segurança pública. Então, o nosso apelo à
compreensão para este momento extremamente difícil por que passa o Estado em
termos de finanças. Estão aí há dez, quinze dias em atraso no pagamento dos
salários dos funcionários públicos.
Então,
nós estamos vivendo um momento atípico, embora razão não falte à polícia, aos
policiais para o seu reajuste. Só que o momento me parece inadequado e
inoportuno e poderá a greve contar contra, exatamente, os policiais. Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. NEREU D’AVILA: Srª Presidenta, Vereadores Elói Guimarães
e Ervino Besson, da Mesa Diretora dos trabalhos desta Casa, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, outro dia eu falei aqui e profliguei sobre o
aumento da água em Porto Alegre. A água - desde o ano passado nós estamos
tratando disso aqui, com responsabilidades, junto com a comunidade -, é fonte
de saúde, é fonte de energia; a água é imprescindível à natureza humana. E
inclusive a CNBB, este ano, dedica a sua legenda, a sua campanha anual à água:
“Água, Fonte de Vida”.
Então,
eu creio que desculpas sobre as multinacionais que fazem isso e aquilo é
conversa; não há aumento para a população. Coisas básicas como a água, o
Governo Popular, governo vinculado ao povo, ele tem de subsidiar; mas o PT não
subsidiou, ele repassou o aumento da água.
Mas
agora há um gosto estranho na água de Porto Alegre e eu vou ler um artigo do
nosso consagrado Paulo Sant’Ana, ex-Vereador, grande comunicador, publicado no
dia 15 de março, segunda-feira passada, cujo título é: “Insípida e Inodora”.
(Lê.): “Vejam vocês o risco que corremos com o abastecimento da água no futuro.
Bastou uma estiagem para que grande parte da população porto-alegrense esteja
recebendo em suas torneiras uma estranha água com cheiro e gosto estranhos. A
esse respeito, na ZH de sábado, o Coordenador da Equipe de Vigilância da
Qualidade de Água da Secretaria Municipal da Saúde (nunca vi tantas maiúsculas
em toda minha vida), André Luiz Martinelli, saiu-se com um diagnóstico que me
deixou tonto. Eis o que ele disse a respeito do excêntrico gosto e forte cheiro
que a água vem mostrando em Porto Alegre: ‘O cheiro e o gosto podem variar de
pessoa para pessoa. Esta eu não entendi. Pensei que poderiam variar de torneira
para torneira, de bairro para bairro, de cidade para cidade. Mas variar de
pessoa para pessoa é um critério que pôs a minha intelecção a nocaute.
Um
Diretor do DMAE, Henry Weiss (também me espanta que todo Diretor do DMAE tenha
nome insoletrável, houve um tempo em que era o Dieter Wartchow), tranqüilizou a
população porto-alegrense, garantindo que mesmo com cheiro e gosto estranho, a
água da Capital tem 100% de potabilidade, pode ser bebida sem qualquer
problema.
Mas
o galho que se cria com esta onda de água que contém algas é o seguinte:
pessoas acometidas de diarréia, dor de barriga, febre e mal-estar estão
culpando a água por isso em Porto Alegre. É bem possível que essas pessoas
estejam associando esses seus males à água, quando a causa deles é outra. Ou
seja, quando a água está sem cheiro e sem gosto, há pessoas que têm diarréia,
febre e dor de barriga e aí é claro que não atribuem à água as suas doenças. É
possível.
No
entanto, pergunta-se: como pode a água que está sendo servida à população ter
cheiro e gosto, se há um princípio de conhecimento e verdade que se aprende nos
bancos escolares e que cientificamente é inalterável: ‘A água é um líquido
inodoro, insípido e incolor, essencial à vida’.
Como
todos sabem, inodoro quer dizer que não tem cheiro. E insípido quer dizer que
não tem gosto.
Que
água é esta com cheiro e gosto que o DMAE e a Corsan estão fornecendo, então,
por força desse secamento das fontes pela estiagem?
Evidentemente
que todas essas autoridades que se manifestam sobre a qualidade da água, que
grande parte da população bebe, são pessoas de responsabilidade e entendidas no
assunto. Por isso não deve haver razão para alarma.
É
que a nossa ignorância popular nos leva a inquietações perturbadoras.
A
ciência diz que água não tem cor, não tem cheiro nem tem gosto. E o cheiro e
gosto que as pessoas estão sentindo é de barro, é de iodo, etc.!
E
as autoridades admitem que este cheiro e este novo sabor da água provêm das
algas, que elas não têm conseguido eliminar do líquido.
Aí
a gente vai olhar de que se alimentam as algas e nota que se nutrem de esgotos
domésticos e de fosfato de nitrato, encontrado nos fertilizantes das lavouras.
Mas
não é de deixar as pessoas simples do povo intrigadas?
Ainda
bem que os entendidos estão tranqüilizando o povo que não tem dinheiro para
comprar água mineral. Porque quem tem está fazendo quase dobrar o consumo de
água mineral em Porto Alegre”.
Eu
concluo, dizendo que hoje, novamente, as rádios estavam falando o que as
autoridades repetem: que algas estão no componente do gosto e do cheiro
estranho que está sendo sentido em Porto Alegre, e, como acaba de ser dito e
reconhecido, as algas se abastecem de águas poluídas, então pergunta-se: será
que a população de Porto Alegre está bebendo água pura, cristalina, e
não-poluída?
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. LUIZ BRAZ (Requerimento): Sr. Presidente, V. Exª estava presente,
hoje, na reunião da Mesa, quando discutimos o problema relacionado com os
pensionistas oriundos aqui da Câmara Municipal, que serão repassados para o
Previmpa e, por isso mesmo, estarão recebendo de forma diferente daqueles
funcionários da ativa da Câmara Municipal. Entrego para a Mesa um Requerimento
para que a Comissão de Constituição e Justiça possa emitir Parecer sobre o
não-cumprimento pelo Previmpa do art. 7ª da Emenda Constitucional nº 41/03,
relativamente à paridade dos proventos dos inativos com os vencimentos dos
servidores ativos desta Câmara Municipal. Passo às mãos de V. Exª para que
possa dar o encaminhamento.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Apregôo o Requerimento de V. Exª para as
providências que se fizerem necessárias.
O
Ver. Carlos Pestana está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS PESTANA: Ver. Elói Guimarães, na presidência dos
trabalhos, Vereadores e Vereadoras desta Casa, gostaria, primeiro, de fazer um
anúncio, um esclarecimento a pedido da minha companheira de Bancada, Verª
Maristela Maffei, pois acho importante que a gente informe ao conjunto do
Plenário, em particular àquelas pessoas que nos assistem no Canal 16, sobre
alguns fatos que foram noticiados referentes à sua situação do ponto de vista
de possível propaganda irregular, seja por meio de outdoor, seja por meio de muros. A Vereadora já me avisou, e faço
questão de avisar ao conjunto deste Plenário, que todas aquelas acusações foram
infundadas e que o próprio TRE, hoje, está julgando improcedentes as denúncias
referentes ao seu mandato. Feito o esclarecimento, eu queria fazer alguns
registros.
O
primeiro registro, Ver. Beto Moesch, é que eu acabei de receber, aqui, talvez o
maior elogio que uma pessoa do Executivo poderia ter recebido, e de quem eu
menos esperava, do Ver. Sebastião Melo. O Ver. Sebastião Melo veio aqui citar
algumas obras do seu Governo, o Estadual, na área habitacional, entre elas, o
Parque do Maias. Citou o Parque dos Maias, Ver. Raul Carrion! Aí, eu pergunto
para V. Exª, quem comprou aquela área que está reassentando as famílias no
Parque dos Maias? O DEMHAB! Quem era o Diretor? Este Vereador que lhe fala.
Quem é que fez o Projeto? O DEMHAB! Quem era o Diretor na época? Este Vereador
que lhe fala! Quem fez o acordo com o Governo Estadual? Leia-se Governo Olívio
Dutra? Este Vereador que lhe fala, que proporcionou os recursos que financiaram
aquela obra. Então, a obra que o Ver. Sebastião Melo cita como exemplo do
Governo Estadual, quem fez? Foi a Administração Popular. E aí eu fico feliz que
o reconhecimento dele, embora não de forma direta, de forma explícita, que a
obra que é referência, que é citada como referência de uma obra de política
habitacional do Governo do Estado, foi realizada por nós! E ele, talvez
desinformado, ou talvez reconhecendo, ainda, de forma muito envergonhada, vem
aqui fazer esse registro, Ver. Raul Carrion, que a obra que é referência de
política habitacional do Estado foi feita por nós.
Segundo:
ele vem aqui, justamente hoje, dizer que o Município não tem política
habitacional; nem sequer olhou a contracapa do jornal Zero Hora, que diz que a
maior obra de urbanização neste País está tendo continuidade e sendo noticiada
no dia de hoje, que é a obra da Entrada da Cidade, com investimento de mais de
150 milhões. É notícia na contracapa do jornal Zero Hora! E, pasmem, não
reconhece essa obra, e não sou eu quem está dizendo, não é o meu Partido, não é
a minha Administração, são os jornais desta Cidade que estão reconhecendo
aquela obra como uma das grandes obras realizadas em nosso País.
Então,
efetivamente, além de injustos, é impressionante como alguns setores de
Oposição nesta Casa, primeiro, quando citam como referência, citam uma obra
nossa, citam - nem ficam vermelhos - a obra do Parque dos Maias, que foi feita
parte na minha gestão, parte na gestão Olívio Dutra, e que o Estado está tendo
muitas dificuldades em continuar. Essa é referência. Segundo, vêm dizer que não
temos política habitacional? Mas a política habitacional está estampada nos
jornais. Até faço um convite, Ver. Sebastião Melo, compareça, domingo, às
10h30min, na grande festa, uma enorme festa com a população do Parque Humaitá,
porque essa, ao contrário do Vereador, reconhece os esforços que estamos
fazendo nessa área de política habitacional.
Então
já deixo o convite aqui para os Parlamentares se fazerem presentes, junto com o
Ministro Olívio Dutra, que tem uma participação efetiva nesse processo de
política habitacional no nosso Município.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que
coisa, não é? Essa briga de beleza de quem é que fez ou de quem não fez. Ora,
por favor! Se em 16 anos não pasmaram uma política que tem um déficit brutal de
moradias em Porto Alegre, por favor! Isso aí chega a ser pueril, essa tentativa
de dourar uma pílula, que é muito cinzenta e muito desagradável para a
população de Porto Alegre. Como é desagradável para a população de Porto Alegre
a questão do deslocamento do serviço de Ginecologia do Hospital Conceição para
o Hospital Fêmina.
Volto
a bater nessa tecla, porque nós precisamos esclarecer, urgentemente, esse
assunto, porque a transferência do serviço é contra-indicada do ponto de vista
geográfico, é contra-indicada do ponto de vista técnico, é contra-indicada do
ponto de vista social, sob todos os pontos de vista a serem examinados, e, no
entanto, há o anúncio de que começou a mudança do setor de Ginecologia do
Hospital Conceição para o Hospital Fêmina. Foram consultados todos os segmentos
da população, e todos disseram que não! Cem por cento dos profissionais que
trabalham no serviço são absolutamente contra.
Então,
vejam como as coisas são feitas democraticamente pelo Partido dos
Trabalhadores, Ver. Carlos Pestana; Partido que ninguém agüenta mais. E vocês
vão ver, nesta eleição, a reprovação da Cidade a esse tipo de problema
gravíssimo que está acontecendo, em que o discurso é o de consultar a
população; no entanto, consulta-se a população, que diz um redondo não, e eles
fazem aquilo que a população não quer. Não é não querer por não querer, não; é
por ser contra-indicado sob todos os pontos de vista que possam ser examinados.
Então,
Presidente, eu faço um Requerimento desta tribuna, pedindo o comparecimento do
nosso colega e excelente Vereador, Superintendente João Motta, para que venha
aqui debater com a gente essa questão da mudança do serviço de Ginecologia do
Grupo Hospitalar Conceição - há quarenta anos num lugar excelente, prestando um
serviço extraordinário para toda a Zona Norte -, para o Hospital Fêmina.
Ao
invés de desenvolverem o serviço no Hospital Fêmina, desmancham o serviço do
Hospital Conceição. Eu gostaria que a Casa convidasse o Superintendente para
vir e debater com esta Câmara, com a população de Porto Alegre, porque há uma
unanimidade contra essa mudança, pois há a notícia de que já está havendo a
mudança. As pessoas estão muito preocupadas, há um movimento muito grande no
Grupo Hospitalar Conceição, a toda hora, com notícias desagradáveis, difíceis,
e que podem onerar ou causar alguma coisa à comunidade interna do Grupo
Hospitalar Conceição. Por isso, nós pedimos que uma pessoa de boa vontade, como
o excelente Vereador, nosso colega, João Motta, venha aqui para debater, para
esclarecer, inclusive, se há outras razões que nós não sabemos, porque, até
agora, indiscutivelmente, nós precisamos de uma área tão conflagrada como a
área da Saúde, de uma área tão difícil, tão escondida como a área da Saúde, a
ponto de não se querer uma CPI, a ponto de se apelar a todos os contorcionismos
jurídicos possíveis no sentido de não sair a CPI, de esconder alguma coisa. E
quem é que tem medo dessa CPI? Eu quero saber quem é que tem esse medo, porque
esse medo está aflorando.
Da
mesma forma, nós pedimos que haja a maior transparência em relação a esse
debate, e que ele seja feito também aqui, na Casa do Povo, onde, talvez, seja o
foro mais legítimo, mais esclarecedor e mais aberto, especialmente contando com
a boa vontade e com a presença honrosa, para nós, do Sr. Superintendente, João
Motta, nosso colega sempre Vereador.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Wilton Araújo está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
Fazendo
uma pesquisa para essa análise, nós encontramos, na revista ISTOÉ que circula nesta semana, algumas
frases que podem sintetizar onde é que o Governo Federal, com as atitudes que
vem tomando e com o caminho que está seguindo, poderá desembocar. Diz a revista
ISTOÉ, em quatro frases, que passo a
ler (Lê.): “O Governo completa o seu primeiro ano de mandato com credibilidade
arranhada e muito pouco a mostrar para a população”. Segunda frase: “Devemos
reconhecer que os nossos gestores foram muito eficientes em fazer economia com
a Saúde, a Educação, os investimentos em infra-estrutura e tudo o que diz
respeito aos programas sociais, cuja soma de gastos ficou muito aquém do
montante de juros pagos” – da dívida externa. “Basta pegar uma estrada, nestes
feriados de fim de ano” – ele se refere ao fim de ano – “ou freqüentar um
hospital público para perceber isto. As altas taxas de juros desestimulam a
produção e estão levando a um ritmo de crescimento insuficiente para gerar
riqueza e os empregos necessários para o País”. A última frase: “É na área
externa que o Governo reuniu seus maiores feitos. Temos de reconhecer que nunca
um governo se empenhou tanto em agradar a comunidade internacional e falar a
língua deles”.
Estas três frases são a
síntese daquilo que nós estamos vendo hoje na política nacional. Mas eu só
queria deixar registrado, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que estas frases,
para surpresa nossa, são frases que foram proferidas no final do ano de 1995. E
sabem por quem? Sabe quem disse estas frases em 1995, Ver. Raul Carrion? O
Excelentíssimo Sr. Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Ele mesmo
fez a análise do então Governo FHC que, obviamente, se encaixa perfeitamente
com a realidade que hoje estamos vivenciando no País.
Se
não bastasse isso... E isso prova que o Governo Lula é o governo que estava
predestinado, dentro da esperança e da utopia do povo brasileiro, às
transformações. Infelizmente - infelizmente -, estamos chegando aí, depois de
um ano e tanto de governo, fazendo uma análise tão pequena, tão acanhada. Tão
desestruturado está o Governo Federal, que, hoje, está envolvido, engolfado por
escândalos e corrupções, última mácula que estava para ser colocada e
estigmatizada, num Governo que se dizia – e se diz – de tamanha moral, ética e
popularidade.
Tenho
certeza - e faço votos - de que esse governo que está aí e que sofre esse tipo de
análise, a análise daqueles que, isentos, vêem pagarem-se tantos juros e tanta
dívida externa como nunca se fez; e ele a titubear no enfrentamento dos grandes organismos internacionais, que eram
tachados ou endemonizados, como FMI e a ALCA.
Hoje,
nós estamos vivenciando não só o pagamento absurdo de uma grande dívida
externa, como também a corrupção chegando aos pés e ao lado da sala do Sr.
Presidente.
Essa
análise que foi feita em 1995, pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, serve
perfeitamente para o Governo que ele, hoje, dirige. Mostra a inversão dos
valores e de tudo aquilo que granjeou na esperança e na utopia deste povo, que
foi destruído em um ano e pouco. Tomara que isso não sirva para atingir, para
ferir frontalmente - e às vezes mortalmente - a democracia que todos nós
prezamos e devemos proteger.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, no Jornal do Comércio de ontem, na coluna da página três, o
jornalista Fernando Albrecht fez um breve comentário intitulado Bingo! (Lê.): “Quem lembrou foi o Ver.
Reginaldo Pujol. No início da carreira a premiadíssima ginasta Daiane dos Santos
só tinha um bingo como patrocinador”. Isso gerou uma notícia que hoje é
estampada na mesma página três em que o cidadão Plínio Fraccaro faz referência
a essa notícia e apresenta algumas considerações. Eu recebo, agora, enviado
pelo Presidente do Grêmio Náutico União, uma correspondência que ele endereçou,
Ver. Elói Guimarães, nesta tarde, ao jornalista Fernando Albrecht, a qual eu
quero ler, para que conste dos Anais da Casa e para que cesse essa dúvida a
respeito daquela afirmação que eu fiz no meio de um discurso, até estimulado
pelo Ver. João Bosco Vaz, que, do microfone de apartes, me dava um aparte - e
eu não podia aceitar na forma regimental, pois estava em Comunicação de Líder -
que entendi de acolher pela verdade que continha.
Diz
o Sr. Carlos Alberto Pippi da Motta, Cidadão Honorário de Porto Alegre,
dirigindo-se ao Sr. Fernando Albrecht (Lê.): "Queremos por meio deste
confirmar sua notícia de que a atleta Daiane, desde que foi descoberta em uma
praça de Porto Alegre, sempre foi apoiada, assim como acontece hoje com mais de
cem de nossos atletas e treinadores, pelo Grêmio Náutico União, e em momento
algum teve ajuda algum bingo da Capital. Na realidade, o que acontece, e acho
que é o que o nobre Ver. Reginaldo Pujol quis referir, quando deu a notícia, é
a ajuda indireta feita pela Federação Gaúcha de Ginástica, a qual tinha, até
poucos dias, como principal meio de sustentação um bingo da Capital, assim como
acontecia com a Federação Gaúcha de Natação. A bem da verdade devemos
reconhecer que as Federações são peças importantes no desenvolvimento do
sistema esportivo amador e, muitas vezes, procuramos ajuda junto a essas
Federações para as nossas lutas políticas, ajuda em materiais e organização das
competições. No caso da Daiane muitas vezes usamos a influência do Presidente
Antonio, da Federação Gaúcha de Ginástica, para nossos entendimentos com a
Confederação Brasileira, a qual simplesmente requisita nossos atletas (veja o
caso de Daiane, que foi moldada em mais de oito anos de trabalho) e esquece os
clubes formadores.
Hoje,
sabemos das dificuldades que irão acontecer pela perda da ajuda dos bingos para
as Federações, cujo grande mérito é organizar, realizar competições e, com
isto, iniciar e mostrar aos novos atletas a idéia de competir para vencer (se
não houvesse competições a nossa Daiane hoje estaria na pequena praça). Lemos a
notícia anterior e pelo conhecimento não tiramos um pouco a razão do Pujol. Mas
fica aqui o nosso pensamento sobre o problema".
Eu
quero, Sr. Presidente, dizer que eu nunca vou me arvorar em dono da razão; se
alguém me der um pouco de razão já fico muito satisfeito. Em que pese a
afirmação que eu fiz em oportunidade anterior, colocada dentro do contexto, ela
é rigorosamente verdadeira, como é reconhecida aqui nesta manifestação. Aliás,
eu dizia na oportunidade que, com as sucessivas vitórias da Daiane, não
faltariam padrinhos, como efetivamente está-se demonstrando que não faltam.
Hoje
é evidente que todos vão buscar para si os méritos da formação dessa grande
atleta, e eu jamais os tiraria do Grêmio Náutico União, que, efetivamente, não
só para a Daiane, mas para vários outros atletas, tem feito um investimento
muito firme, muito seguro e muito conseqüente. Mas o que não pode ser de forma
nenhuma esquecida, é que nesse contexto de formação dos atletas contribuem
vários segmentos. Eu lembro que a própria Daiane, quando foi premiada no
Pan-americano, e aqui compareceu, manifestou-se dizendo que agradecia ao
Governo Antônio Britto, que, naquela ocasião, já tinha sido concluído, e que,
enquanto foi Governo, manteve as bolsas-atleta, interrompidas posteriormente.
Pedi o restabelecimento da bolsa-atleta.
Então,
recolocado isso, Sr. Presidente, eu agradeço a sua tolerância e deixo claro:
não quero ser dono da verdade. Mas as minhas afirmações todas têm base numa
realidade e, sobretudo, numa realidade fática, comprovada. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. RAUL CARRION: Exmo Ver. Elói Guimarães, que
dirige os trabalhos nesta tarde, demais Vereadores e Vereadoras, todos que
prestigiam esta Sessão com a sua presença ou nos assistem na TVCâmara, em
primeiro lugar quero dizer que, no início da Sessão, não pudemos estar aqui,
apesar de termos dado a presença na primeira chamada, por termo-nos dirigido ao
Memorial do Rio Grande do Sul, antigo Correios e Telégrafos, onde se realizou
um ato público de divulgação do Memorial dos Lanceiros Negros. Todos sabem que
este ano se completam 160 anos do Massacre de Porongos - traição de Porongos -,
em que Canabarro, em conluio com Caxias, forjou um combate, tendo antes armado
os lutadores negros, ocasião em que eles foram massacrados, como um caminho
para agilizar a concertação da paz e se livrarem do problema dos negros. Está
previsto que, em Pinheiro Machado, no Cerro dos Porongos, seja construído um
memorial. Hoje o ato foi nesse sentido, com a presença da Fundação Palmares, de
representantes da Unesco, do Vice-Governador, do Secretário da Cultura, da
Educação, da Prefeitura de Pinheiro Machado e de lideranças do Movimento Negro.
Também,
no final da tarde de ontem, estivemos no Hospital de Clínicas, no Centro de
Hematologia e Transplante de Medula Óssea, para uma reunião organizada pela
Dra. Lúcia, para tratar dos encaminhamentos referentes à doença que atinge mais
a etnia negra: a anemia falciforme, para cuja prevenção esta Casa aprovou um
dia: o dia 16 de agosto.
Já
houve uma audiência na Assembléia, e está marcada uma audiência com a
Secretaria da Saúde no próximo dia 24 de março, quando veremos o que pode ser
feito pela Secretaria da Saúde de Porto Alegre para haver um atendimento
dirigido, específico para que o dia de divulgação da prevenção da anemia
falciforme tenha uma grande repercussão, e também para os encaminhamentos.
Eu
queria também tratar, rapidamente, da problemática da Atílio Supertti. Na tarde
de ontem, Ver. Carlos Pestana, a Comissão de Habitação esteve na Estrada do
Rincão, em Belém Velho, no local onde se abrigaram 75 famílias que, por ocasião
da reintegração de posse da Atílio Supertti, não tiveram a possibilidade de se
abrigar na casa de algum familiar.
A
situação em que eles se encontram é extremamente precária, terrível: o local
não abrigaria, no meu entender, sequer 40 famílias; não há banheiros adequados;
não há condições de eles prepararem a sua alimentação; os móveis estão
amontoados; as famílias se revezam em turnos para poder dormir; não há espaço
vital. Tanto eu como o Ver. Renato Guimarães que lá estivemos, saímos
convictos, fizemos contatos. A Assembléia já estava recebendo, na tarde de
ontem, uma comissão. Conversei demoradamente com a Deputada Jussara Cony;
inclusive na tarde de hoje já foram feitos contatos com o Deputado Vieira da
Cunha; com o Deputado Postal, que é o Líder do PMDB; com o Deputado Osório, e
estamos tentando um lugar alternativo. É inviável a permanência dessas famílias
lá, Verª Maristela Maffei, que sempre acompanha essa problemática habitacional.
Então, há uma boa possibilidade, quem sabe, de abrigarmos essas famílias no
Centro Vida, que possui um enorme espaço ocioso.
Foram
cogitadas outras hipóteses, como o Cecopam, o ginásio da Brigada, mas tanto no
Cecopam como no ginásio da Brigada nós estaríamos interferindo em áreas onde há
atividades cotidianas, enquanto que no Centro Vida há uma área ociosa que está
abandonada. Esperamos, nos próximos dias, com grande urgência, conseguir uma
solução.
Para
concluir, meu Presidente, eu queria aqui me referir - porque já não consegui na
Sessão passada - aos 40 anos da inauguração do auditório Araújo Vianna, um
equipamento cultural fundamental desta Cidade. Foi inaugurado no dia 12 de
março de 1964, portanto, em 5 dias fará 40 anos, e, pessoalmente, tenho uma
relação especial: foi inaugurado, Ver. Pestana, durante a gestão, na Secretaria
Municipal de Porto Alegre, do meu pai, Francisco Machado Carrion. Então, é um
êxito da Cidade de Porto Alegre, mas também é algo com que eu pessoalmente
tenho uma relação muito grande. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Havendo quórum, passamos à
O SR. CARLOS PESTANA (Requerimento): Ver. Elói Guimarães, há duas questões: a
primeira, é a solicitação do tempo de dois ou três minutos, só para conversar com
os demais Líderes sobre a questão da Ordem do Dia; a segunda, é a solicitação
de tornar-se pública aqui para o Plenário, a manifestação da Diretoria
Legislativa sobre a solicitação de todos os Líderes, quanto à Audiência Pública
com os servidores, para que a gente pudesse também encaminhar essa questão.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em face do Requerimento solicitado pelo
Ver. Carlos Pestana, Líder do PT, nós suspendemos, a Sessão, para que se
organize a Ordem do Dia.
Estão
suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 16h07min.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães -
16h12min): Estão
reabertos os trabalhos.
O SR. CARLOS PESTANA (Requerimento): Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, em
acerto aqui com o Líder da Oposição, nós propomos a seguinte Ordem do Dia:
iniciamos pelo Veto Parcial ao PLCE nº 009/03, referentemente ao ISSQN, depois
seguimos a ordem estabelecida. Então, só passaria o terceiro para primeiro e
depois segue a ordem normal.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A segunda questão que V. Exª havia
formulado para que a Presidência fizesse o Plenário conhecer está
consensualizada?
O SR. CARLOS PESTANA: Sim. Peço aqui a atenção do Ver.
Sebastião Melo e do Ver. João Bosco Vaz sobre a questão da Audiência Pública
referente à questão dos servidores, tema: Previmpa. Embora tenhamos
conhecimento de um Parecer da Diretoria Legislativa negando a Audiência, porque
acha que não se enquadra legalmente, nós, por acordo, entendemos que como o
objetivo era, fundamentalmente, ouvirmos os servidores municipais, estamos
propondo que na segunda-feira, às 9h30min, se realize uma Sessão Especial nesta
Casa, ao invés da Audiência proposta.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, já tomamos conhecimento
do Parecer da Diretoria Legislativa, mesmo não concordando com a sua
integralidade, nós achamos que o objetivo maior é ter o debate, e achamos que,
então, para agilizar essa questão, nós concordamos em produzir por meio de uma
Sessão Especial. Mas eu queria a atenção do Líder do Governo para que esse debate
seja proveitoso. Eu já queria garantir aqui a presença do Governo Municipal,
especialmente do Secretário da Administração ou do representante do Previmpa,
porque, de um lado, nós vamos ter os Vereadores e, de outro lado, as entidades,
e precisamos ter o debate com o Governo, porque em muitas questões em que nós
temos dúvidas, só mesmo o Executivo poderá esclarecer. Porque, senão, se nós
fizermos uma Sessão sem a participação do Executivo, ela fica, na minha
avaliação, inócua, não é?
O SR. CARLOS PESTANA: Não há problema, algumas das Secretarias
diretamente relacionadas com esse tema se farão presente na segunda-feira, às
9h30min.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Sou grato a V. Exas e,
portanto, fica consensualizado que faremos realizar, segunda-feira, às 9h30min,
uma Sessão Especial para Audiência Pública que foi objeto de Requerimento das
Lideranças da Casa, conforme Processo nº 01432/04, de 17-3-2004.
Em
votação o Requerimento do Ver. Carlos Pestana de alteração da ordem dos
trabalhos. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
N.º 5348/03 – VETO PARCIAL ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N.º
009/03, que altera a Lei
Complementar n.º 7, de 7 de dezembro de 1973, e alterações posteriores, que
institui e disciplina os tributos de competência do Município, a Lei
Complementar n.° 306, de 23 de dezembro de 1993, e alterações posteriores, que
institui hipótese de responsabilidade pelo pagamento do Imposto Sobre Serviços
de Qualquer Natureza – ISSQN – , e a Lei Complementar n.º 197, de 21 de março
de 1989, e alterações posteriores, que institui e disciplina o Imposto sobre a
transmissão “inter vivos” por ato oneroso, de bens imóveis e de direitos reais
a eles relativos, e dá outras providências.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela rejeição do Veto Parcial;
- da CUTHAB. Relator Ver. Zé Valdir: pela manutenção do Veto Parcial;
- da CEDECONDH. Relator Ver. Cláudio Sebenelo: pela rejeição do Veto
Parcial.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da
maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174,
II, do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia em 15-03-04.
Na
apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.
- Trigésimo dia: 16-03-04 (terça-feira).
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Projeto de Lei Complementar do Executivo
nº 009/03, com Veto Parcial. (Pausa.)
O SR. SEBASTIÃO MELO (Questão de Ordem)):
Sr. Presidente, eu
pediria a V. Exª, tendo em vista a rapidez dessa inversão da Pauta, que
consultasse a Diretoria Legislativa para, pelo menos, nos dizer a Ementa. É
apenas aquela questão da Procergs ou envolve também outras isenções?
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Envolve várias questões.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Não é só a questão da Procergs. Existem
também outros Vetos.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): É um Veto Parcial.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Há o dos estacionamentos; o dos
profissionais liberais que estão aí; a questão da Saúde, são vários assuntos
que estão sendo tratados...
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Vários assuntos..
Apregoamos
o Requerimento de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, solicitando sejam votados em
destaque o item 03 e o item 02 do Ofício 686/GP – Veto Parcial ao PLCE nº
009/03.
Em
votação o Requerimento de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, solicitando votação
em destaque do item 03 e do item 02 do Ofício 686/GP –, do Veto Parcial ao PLCE
nº 009/03. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO o Requerimento de
autoria do Ver. Reginaldo Pujol.
Em
discussão PLCE nº 009/03, em sua parte vetada. O Ver. Luiz Braz está com a
palavra para discutir.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores. Talvez esta
matéria seja uma das mais importantes que nós discutimos nos últimos tempos,
porque ela vem do ano passado, quando nós votávamos aqui o Orçamento e agora
estamos apreciando o Veto, e diz respeito há vários assuntos que os Srs.
Vereadores, quando da votação, têm de prestar extrema atenção em cada um dos
itens vetados pelo Sr. Prefeito Municipal. Um deles é com relação à Procergs.
O que quer, na verdade, o Sr. Prefeito
Municipal? O Sr. Prefeito Municipal estabeleceu uma diferença entre duas coisas
que são absolutamente iguais: a Procempa e a Procergs trabalham numa mesma
linha, merecem um mesmo tipo de tratamento.
Mas
o que faz o Sr. Prefeito Municipal? Com relação à Procempa, ele atua dando
total isenção no ISSQN.
Com
relação à Procergs - e não sei se é porque estamos tratando de empresas que
estão sendo administradas por partidos diferentes -, o tratamento é outro,
existe a cobrança do ISSQN, ou pelo menos a tentativa dessa cobrança,
diferenciando o tratamento entre Procergs e Procempa.
Numa
Emenda feita pelo Ver. Sebastião Melo, se não me engano, houve, aqui, a
tentativa de igualarmos o tratamento para essas duas empresas.
A
Câmara Municipal, quando da votação do Projeto, votando a Emenda, estabeleceu
essa igualdade, e, da mesma forma como se dá no caso da Procempa, no caso de
isenção, deu também a isenção do ISSQN para a Procergs.
O Sr. Prefeito Municipal, imediatamente,
analisando a matéria, veta essa possibilidade e diz que o dispositivo é
inconstitucional, eis que, pelo princípio da isonomia esculpido no artigo 150,
inciso II da Constituição Federal de 1988, são vedadas normas que concedam
isenção a alguém em específico.
Ora, mas se não pode ser dada a isenção
para a Procergs, também não poderia ser dada a isenção para a Procempa, porque,
senão, nós estaríamos ferindo a regra da igualdade que está lá no artigo 5º da
Constituição! Eu acredito que muito mais do que o artigo 150, o artigo 5º da
Constituição Federal traça os princípios da igualdade. É exatamente dentro
desses princípios de igualdade que nós devemos votar, aqui, todas as matérias
que são colocadas para nós Vereadores.
Por isso, esse item do Veto, já que o
Veto é dividido em várias etapas, precisa ser tratado pelos Srs. Vereadores
dentro daquilo que preceitua a regra da igualdade do artigo 5º. O mesmo
tratamento que é dado para a Procempa deve ser dado também para a Procergs.
Então, nesse caso, se existe isenção para
a Procempa, deve existir isenção no caso da Procergs.
Eu vou deixar de falar nos outros itens,
muito embora eles também sejam importantes, mas se eu recuperar um tempo nas
discussões que se travam, vou tratar ainda dos outros artigos que são vetados
pelo Prefeito Municipal nessa matéria.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói
Guimarães): Apregoamos o
Requerimento de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, solicitando seja votado em
destaque o item 01 do Ofício nº 686/GP - Emenda nº 35 – Veto Parcial ao PLCE nº
009/03.
O Ver. Darci Campani está com a palavra
para discutir o PLCE nº 009/03, com Veto Parcial.
O SR. DARCI CAMPANI: Caro Presidente em exercício, Ver. Elói
Guimarães, eu creio que a questão já foi bastante discutida quando da votação
do Projeto, e queremos votá-lo o mais rapidamente; portanto, não vou usar os
cinco minutos, só para um rápido esclarecimento. Inclusive, na Sessão em que
foi votado esse Projeto, os nossos assessores, os assessores da Prefeitura que
também estavam aqui no plenário, propuseram a solução. Então, tanto Procergs
quanto Procempa iriam pagar o mesmo imposto para ter a igualdade. É que, no
caso da Procempa, não há como ter essa igualdade, porque já existem outros
impostos. No que diz respeito a impostos de ordem estadual, os órgãos estaduais
são isentos; impostos de ordem municipal, os órgãos municipais são isentos.
Seria a Procempa pagar o imposto para o próprio Município; seria tirar de um
bolso e colocar no outro. Não há por quê. Então, poderíamos mudar o Projeto
original e dizer: Procergs e Procempa pagarão imposto igual. Não há tratamento
desigual. É proibido a gente pagar imposto para nós mesmos, porque vai ser só
um encontro de caixas, e depois, vão dizer que estão tirando dinheiro da
Procergs e da Procempa para fazer algum outro encontro lá adiante, porque seria
retirar de um bolso e colocar no outro. Então, não existe essa condição de
igualdade, e já não é assim em vários outros impostos.
O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Darci Campani, eu só quero que V. Exª possa analisar que nós
estamos tratando de empresas que prestam o mesmo tipo de serviço e empresas que
têm, na verdade, a mesma função dentro da sociedade. Por isso mesmo essas
empresas devem merecer tratamento absolutamente igual. Se nós estamos isentando
a Procempa, nós temos também de isentar a Procergs.
O SR. DARCI CAMPANI: Podemos tratar igual cobrando das duas, e
não vai haver nenhuma diferença, porque vai ser a Procempa pagando imposto para
o Município, e o dinheiro vai ficar no Município, igualmente. Estamos tratando
de forma igual, porque de outros impostos também a Procergs é isenta, mas a
Procempa não é, porque são impostos estaduais, e isso ocorre também. Então,
teríamos de pedir lá no Estado para que ocorresse também essa correção. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra
para discutir o PLCE nº 009/03, com Veto Parcial.
O SR. RAUL CARRION: Exmo Ver. Elói Guimarães,
demais Vereadores, Vereadoras, todos que nos acompanham, são quatro Vetos
Parciais. Nós, pela limitação de tempo, Ver. José Valdir, vamos nos centrar em
dois, que nos parecem os mais graves, os mais problemáticos. Vejamos o
primeiro: o primeiro, na verdade, traduzindo em miúdos, como diz o povo, isenta
do ISSQN todos os estacionamentos em que não exista um contrato por escrito
entre as duas partes que colocam carro em estacionamento. Ou nós estamos no
mundo da lua, ou nós estamos isentando 99,9% dos estacionamentos. Eu pergunto
aos cidadãos e às cidadãs que estão aqui ou na sua casa: quando se vai ao
Aeroporto e se estaciona o carro, algum de vocês faz um contrato? Só faltava
dizer que tinha de ser registrado em cartório! Ou, quando nós vamos ao
supermercado, ou no shopping center, entramos naquele
estacionamento e pagamos os dois reais e cinqüenta centavos, algum de nós faz
um contrato por escrito? É um absurdo! Então, na verdade, nós estamos colocando
uma exigência fora da realidade para isentar e criar privilégios para as
grandes empresas exploradoras de estacionamentos. Enquanto isso, o autônomo,
enquanto isso, o profissional liberal e todos os demais estão pagando. Isso
aqui é um trenzinho da alegria para o
setor dos estacionamentos. Não tem cabimento. Então, é insustentável.
Mas
vamos além; eu não quero nem tratar, Ver. Zé Valdir, desses estacionamentos
rápidos. Eu coloco o meu carro num estacionamento por ser um morador do Centro,
e nós sabemos que, no Centro, dificilmente os antigos prédios têm
estacionamento. Já deve fazer, Ver. João Antonio Dib, anos e anos que eu tenho
o meu carro num estacionamento e não tenho um contrato, que é normal. E 99,9%
não tem contrato; é um contrato verbal. Mais do que isso, é pacífico na
jurisprudência que esse contrato, de fato, tem valor legal. Se acontecer algum
acidente com o meu veículo, Ver. Luiz Braz, tenha ou não contrato, a pessoa que
tem o estacionamento vai responder pelo eventual prejuízo. Talvez o Vereador,
se eu não me equivoquei, defendeu a manutenção desse item.
O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Não, eu só discuti com relação à Procergs.
O SR. RAUL CARRION: Perfeito. Então, é o segundo ponto que eu
vou tratar. Vejo que Vossa Excelência tem compreensão dessa questão, que é
impossível isentar os estacionamentos, que seriam 99.9%.
Na
questão da Procergs, Vereador Luiz Braz e todos os demais que têm opinião,
vejam bem a primeira questão: não pode existir uma lei tributária que diga que a empresa tal não será tributada, que
a empresa GM não será tributada. A lei tributária exige uma isonomia, um
entendimento comum, não pode ser particularizado, mas – e aí deve ser dito aqui
– o item vetado é específico, a Procergs não pagará ISSQN. O segundo argumento:
“É, mas a Procempa não paga ISSQN!” Mas, gente, a Procempa
pode ser tributada pelo Município se ela é um ente do Município? Quer dizer, o
Município vai tributar a Procempa, que é um órgão do Município? O Governo
Federal vai tributar um órgão que é do Governo Federal? O Governo do Estado vai
tributar um órgão que é do Governo do Estado? Não cabe; é dentro de casa, não
tem cabimento. Então, primeiro, não se sustenta do ponto de vista jurídico,
porque não pode isentar uma empresa; a lei tributária não admite isso, e a
jurisprudência é longa neste sentido - Ver. Ervino Besson, que certamente
votará no bom sentido. E, por outra, a Procempa não é justificativa porque é do
Município, e não cabe ao Município tributar suas próprias empresas. Então, por
isso estamos encaminhando contra esses dois itens, dois Vetos, e até
entendemos, Ver. Zé Valdir, que os outros dois, mediante uma negociação
adequada, seria aceitável nós até concordarmos com a manutenção dos itens e a
derrubada do Veto. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
para discutir o PLCE nº 009/03, com Veto Parcial.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, ao discutir esse Veto, temos de remontar aqui a
contextualização desta Legislação. Por muitos anos tramitou no Congresso
Nacional essa alteração do ISSQN. Essa Lei aprovada, Ver. Zé Valdir, permitiu
aos Municípios do Brasil inteiro, Ver. Wilton, fazer as devidas alterações nas
suas respectivas cidades. Dessa feita, o Sr. Secretário da Fazenda liderou,
Ver. Isaac Ainhorn, e consensualizou com esta Casa algumas destas Emendas, Ver.
Pujol, e eu queria a atenção de V. Exª Tem de parar essa questão do Governo vir
aqui negociar e depois vetar aquilo que negociou!
Eu
vou pegar, primeiramente, essa questão da Procergs. Veja o seguinte, Ver.
Isaac, nós não queremos, aqui, disputar privilégio. Em matéria de privilégio,
quem hoje detém o poder, o monopólio, é o Governo Federal. Então, vamos ficar
aqui na planície. O que diz a nossa Constituição Federal? Eu não posso dar para
o mesmo ente jurídico, com a mesma natureza jurídica tratamento diferenciado.
Vejo aqui os Diretores da Procergs. A Procempa é um ente público? É! Tem
capital majoritário público? Tem! A Procergs é um ente público? É! A Procergs
tem capital majoritário público? Tem! Então são dois entes iguais; um presta
serviço majoritariamente para o Governo do Estado e também para a iniciativa
privada, e a mesma coisa acontece com a Procempa.
Então
eu não vou admitir, aqui, nesta tribuna, que a gente esteja fazendo privilégio!
Os Vereadores votaram esta matéria, fruto de muito debate. Meu conselheiro,
Ver. Nereu D’Avila, V. Exª conhece bem esta matéria e sabe que nós estamos
aqui, colocando na legislação nada mais, nada menos do que aquilo que
estabelece a Constituição Federal. Mas eu quero dizer mais, Ver. Reginaldo
Pujol, que foi o Relator-Geral deste Projeto, esta Casa contribuiu,
decisivamente, para aumentar a arrecadação em Porto Alegre, porque esta Casa
nunca deixou de responder aos anseios da rua. E, se era necessário adaptar, nós
fizemos as adaptações e agora estamos a discutir este Veto Parcial. Portanto,
quero aqui dizer com toda a tranqüilidade que esta Casa, por coerência, tem de
derrubar estes Vetos, até porque, nesse caso da Procergs, não houve
consensualização, é verdade. Mas me parece que um ou outro, desses que foram
vetados, foi acertado na Relatoria, e agora o Sr. Prefeito veta.
Portanto,
Ver. Luiz Braz, o que está dito nas razões do Veto é o contrário. Eu tenho
absoluta certeza de que, se este Veto não for derrubado, a própria Procergs,
Ver. Brás, vai entrar na Justiça e vai ganhar, porque eu não posso tratar dois
entes jurídicos com a mesma concepção de forma diferente; existe um princípio
que é o princípio isonômico tributário, no País, que está esculpido no art. 150
da Constituição, e dele não devemos fugir.
Então,
o debate deve ser acalorado, mas não vamos falar em privilégios, porque então
estaria dizendo que a Procergs tem privilégio, que a Procempa tem privilégio.
Ela tem isenção, e aí não vejo ninguém da Bancada do Governo dizer que é
privilégio. Mas como é isenção para a Procergs, aí é privilégio? Vamos devagar com o andor, porque o santo é
de barro. Vamos tratar esta matéria com a maturidade necessária, e nós
esperamos que a Oposição, que foi firme, derrube o Veto do Sr. Prefeito nesta e
nas outras questões. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
discutir o PLCE nº 009/03, com Veto Parcial, por cedência de tempo do Ver. João
Carlos Nedel.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores. Bem rapidamente, pretendo utilizar esta tribuna.
Ver. Sebastião Melo, queria que V. Exª prestasse atenção. O Sr. Prefeito
Municipal se baseia, para vetar esta sua Emenda, aqui no caso da Procergs, no
art. 150, inciso II, da Constituição. Veja bem o que diz aqui o art. 150 (Lê.)
"Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir tratamento
desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente...” Olha,
eu acredito que, no caso da Procempa e da Procergs, nós estamos falando aqui em
dois institutos que têm uma posição muito similar. O tratamento está sendo
dado, realmente, de forma desigual, ferindo o art. 150 da Constituição Federal,
diferentemente do que fala o Sr. Prefeito Municipal nas suas razões de Veto,
porque ele aponta o art. 150, inciso II, da Constituição Federal para dizer que
é proibido dar tratamento específico a uma determina pessoa. É claro que é
proibido dar tratamento específico a uma determinada pessoa, mas quando existe
um tratamento que é dado para um ente do Município, é claro que esse tratamento
que é dado para esse ente do Município dever ser exatamente igual para um ente
do Estado, ou para um ente da União.
Então,
eu acho que, se o Sr. Prefeito Municipal – e concordo com o Ver. Sebastião Melo
– não orientar a sua Bancada, aqui na Câmara, para derrubar este Verto, ele vai
acabar sendo objeto de ação judicial, porque é flagrantemente inconstitucional
essa posição adotada pelo Sr. Prefeito.
Eu
gostei de ouvir a notícia de que em relação aos dois outros itens vetados,
parece que um - relacionado com os profissionais liberais, que também deveriam
receber a cobrança do ISSQN de acordo com o total dos seus rendimentos -,
conforme a Bancada do PT e o encaminhamento do Ver. Darci Campani, há uma
concordância da Bancada do PT em derrubá-lo.
E
com relação aos estacionamentos, eu vou votar pela derrubada do Veto, Ver.
Darci Campani, que também proíbe essa taxação com relação aos estacionamentos,
porque não será o shopping quem vai
pagar esse imposto por esse estacionamento. O que vai acontecer é que vai ser
repassado para o cidadão que vai lá estacionar o seu carro. Vai haver apenas um
repasse do ônus. Quer dizer, se hoje o cidadão vai lá no shopping tranqüilamente estacionar o seu carro e, por uma parcela
muito pequena, acaba permanecendo alguns instantes dentro do shopping, agora, a partir do
estabelecimento dessa cobrança, o que vai acontecer é que o cidadão vai ser
onerado. Não será o shopping que vai
ser onerado, não será o cinema que vai ser onerado, não será o estabelecimento
comercial que vai ser onerado. Quem vai ser onerado é o cidadão, é uma cobrança
a mais para o bolso do cidadão.
Por
isso, nós vamos votar pela derrubada do Veto com relação a esse item vetado do
Projeto do ISSQN.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós submeteremos dois Requerimentos de
destaque à votação. O primeiro Requerimento é de autoria do Ver. Isaac Ainhorn,
solicitando votação em destaque para o item 01 do Ofício 686/GP ao PLCE nº
009/03 (Veto Parcial). O segundo Requerimento é de autoria do Ver. Luiz Braz,
solicitando votação em destaque para o item 04 do Ofício 686/GP ao PLCE nº
009/03 (Veto Parcial).
Informo
e oriento o Plenário que todos os itens foram destacados. Votaremos item por
item.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Coloco em votação, portanto, os
Requerimentos.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Sim, é votado item por item, dado que foi
toda a Peça destacada. Nós votaremos item por item.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Sim, foram destacados.
Esclarecido.
A ordem é a seguinte: o primeiro destaque é pedido pelo Ver. Isaac Ainhorn; o
segundo e o terceiro, pelo Ver. Reginaldo Pujol; e o quarto, pelo Ver. Luiz
Braz.
A
ordem de entrada, Ver. Reginaldo Pujol, foi de V. Exª. Só que na ordem da Peça
que será votada, o destaque do Ver. Isaac Ainhorn.
Em
votação os Requerimentos de autoria dos Vereadores Isaac Ainhorn e Luiz Braz.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que os aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADOS os Requerimentos.
Em
votação nominal o item 01 do Ofício 686/GP ao PLCE nº 009/02, destacado pelo
Ver. Isaac Ainhorn - Veto Parcial. (Pausa.) (Lê.): “Veto ao inciso V do art.
18-B, introduzido pelo art. 7º da Lei Complementar nº 501/03. Previa o
dispositivo vetado que: ‘art. 18-B – a locação de bens imóveis de qualquer
natureza, independentemente do seu prazo de duração, observando-se que, no que
concerne ao item 11, subitem 11.1 e 11.4 da lista de serviços anexa, a
incidência do imposto está condicionada à efetiva comprovação da prestação de
serviço, por meio de contrato de guarda de bem e manobra de veículo para fins
de estacionamento, realizado pelo estabelecimento prestador”.
Oriento:
votando-se “sim”, está se rejeitando o Veto; votando-se “não”, mantém-se o
Veto. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO
o inciso V do art. 18-B do PLCE nº 009/03 por 20 votos SIM e 09 votos NÃO.
Portanto está rejeitado o Veto Parcial.
Em
votação nominal o item 02 do Ofício 686/GP ao PLCE nº 009/03, destacado pelo
Ver. Reginaldo Pujol – Veto Parcial. (Pausa.) (Lê.): “Veto à alínea i do § 1º do art. 20 da Lei Complementar
Municipal nº 07/73, introduzida pelo inciso I do art. 9º da Lei Complementar
Municipal nº 501/03. O dispositivo vetado previa que: “Art. 20, §1º, i: As cooperativas que possuam
profissionais autônomos de nível superior terão sua base de cálculo
correspondente à receita composta pelos valores recebidos a titulo de
administração cobrados dos contratantes dos serviços, assim como aqueles
calculados sobre os honorários dos terceiros não-cooperativados que a sociedade
paga por conta e ordem dos contratantes e são por eles reembolsadas”. (Pausa.)
Repito:
“sim” rejeita o Veto; “não” mantém o Veto. (Após a apuração nominal.) APROVADA a alínea i do § 1º do art. 20 do PLCE nº 009/03 por 23 votos SIM, 02 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO. Rejeitado o Veto Parcial.
Em
votação nominal o item 03 do Ofício 686/GP ao PLCE nº 009/03, destacado pelo
Ver. Reginaldo Pujol – Veto Parcial. (Pausa.) (Lê.): “Veto ao § 13 do art. 20
da Lei Complementar Municipal nº 007/73, introduzido pelo inciso VI do art. 9º
da Lei Complementar Municipal nº 501/03. Previa o dispositivo vetado que: Art.
20, § 13 - A base de cálculo será reduzida para 40% de seu valor na prestação
dos serviços a que se refere o item nº 04 da lista anexa, quando a sociedade
não configurar sociedade de profissionais na forma disposta no parágrafo 3º deste
artigo”. (Após a apuração nominal.) APROVADO
o § 13 do art. 20 do PLCE nº 009/03, por 26 votos SIM, 01 NÃO e 02 ABSTENÇÕES. Rejeitado o Veto Parcial.
Em
votação nominal o item nº 04 do Ofício 686/GP ao PLCE nº 009/03, destacado pelo
Ver. Luiz Braz - Veto Parcial. (Pausa.) (Lê.): “Veto ao inciso XIV do art. 71
da Lei Complementar Municipal nº 007/73, alterado pelo art. 23 da Lei
Complementar Municipal nº 501/03. O dispositivo vetado previa que: art. 71 – A
Companhia de Processamento de Dados do Estado do Rio Grande do Sul – Procergs –
administração de serviços, administração pública direta e indireta e
fundacional das esferas federal, estadual e municipal”. (Após a apuração
nominal.) APROVADO o inciso XIV do
art. 71 do PLCE nº 009/03 por 18 votos SIM
e 9 votos NÃO. Rejeitado o Veto
Parcial.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
N.º 3976/01 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º
023/01, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que institui o Estímulo por Sensibilidade Social no
âmbito do Município de Porto Alegre.
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela manutenção do Veto Total.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da
maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174,
II, do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia em 15-03-04.
Na
apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.
- Trigésimo dia: 16-03-04 (terça-feira).
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLCL nº 023/01, com Veto
Total. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação o PLCL nº 023/01, com
Veto Total. O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para encaminhar.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, este é
um Projeto social, que carreia recursos para os cofres da Prefeitura para que a
Prefeitura invista no social. Em contrapartida, este Projeto prevê o incentivo
de ou o abatimento do IPTU ou do ISSQN de 50% da doação.
O
que isso significa, meu caro Ver. Pedro Américo Leal? Que nós estamos carreando
recursos para a Prefeitura investir no social, o social de que tanto necessitamos,
pois falta recurso para a Habitação, falta recurso para menores de rua, falta
recurso para a Saúde, falta recurso para lutar contra o desemprego. Este é um
Projeto social!
Então,
eu solicito aos Srs. Vereadores e às Sras Vereadoras que se
sensibilizem e votem pelo social, votem para que a Prefeitura tenha, no seu
Fundo de Assistência Social, recursos para investir no social.
Apelo
aos Srs. Vereadores e às Sras Vereadoras para rejeitar o Veto do Sr.
Prefeito e apoiar o social. Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação nominal o PLCL nº 023/01.
(Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO
o Projeto por 16 votos SIM e 08 votos NÃO. Está mantido o Veto.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Questão de
Ordem): Sr. Presidente,
apenas para dar razão a V. Exª, se V. Exª não votou, o Regimento o considera
ausente. Como é que Vossa Excelência...
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Exato, eu estaria ausente. Houve falha.
Eu reabro, peço que se anule a presente votação e peço abertura do painel
eletrônico para votação. Peço desculpas ao Plenário.
Em
votação nominal o PLCL nº 023/01. (Pausa.) Encerrado o painel eletrônico pelo
tempo. (Após a apuração nominal.) REJEITADO
o Projeto por 16 votos SIM, 02 votos
NÃO e 01 ABSTENÇÃO. Mantido o Veto.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu votei na outra e não
conseguia votar porque estava trancado o painel. O painel não pode ficar
bloqueado, Sr. Presidente. Sr. Presidente, foram 59 segundos. Eu votei na
anterior, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Declaro que está mantido o Veto.
Reconheço as razões, mas tenho de observar o tempo.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL (Questão de
Ordem): Vossa Excelência
declarou claramente que estava encerrado o painel; quem não conseguiu votar no
painel, vota no microfone. É essa a argumentação que faço a Vossa Excelência.
O SR. ZÉ VALDIR (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu acho que há um
princípio que é o princípio da razoabilidade, a primeira votação deram 16
votos, o argumento foi de que V. Exª não havia votado, V. Exª votou. O Ver.
Isaac Ainhorn estava o tempo todo conversando, se abriu nova votação, portanto,
o Ver. Isaac Ainhorn, que foi quem pediu a nova votação, deveria ficar atento,
se o Vereador não votou, V. Exª proclamou o resultado pela segunda vez, aí eu
acho que é um absurdo, aí fere o princípio da razoabilidade, nós reabrimos esta
votação pela terceira vez, eu nunca...
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós temos de alterar o tempo de votação.
Eu não posso de forma nenhuma...
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, para três
esclarecimentos: eu votei na primeira votação; segundo lugar, no momento em que
estava se processando a votação, eu estava teclando o voto e o painel estava
trancado, seria um cerceamento pleno de defesa. Quando V. Exª afirmou que quem
não conseguiu votar no teclado votava no microfone, foi quando eu disse que não
consegui, a Verª Maristela Maffei, que é uma pessoa honrada, é testemunha desse
fato.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Presidência dá por definitivo o
resultado, mas quero esclarecer que Vereadores que não estavam aqui, desceram,
votaram, sem problema. Vereadores que não estavam no plenário, adentraram ao
plenário, votaram sem problema. Agora, se o tempo é insuficiente nós temos de
alterar o tempo de votação; o Presidente não pode transgredir da forma.
O SR. SEBASTIÃO MELO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, apenas para colaborar, eu
socorri-me da nossa fotógrafa que estava de prontidão, quando V. Exª disse que
estava encerrada a votação, isso tem como conferir no nosso setor eletrônico,
eram 59 segundos. Diz o nosso Regimento que o prazo para votação é de um
minuto, portanto, foi encerrada a votação antes do prazo que determina o
Regimento. Só queria registrar isso, isso está no computador e está na
fotografia.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Se prova for produzida nesse sentido,
evidentemente, que eu não concordo com V. Exª, porque quando observamos o
painel estava encerrado, era um minuto.
O SR. RENATO GUIMARÃES (Questão de
Ordem): Tanto o painel
mostrava um minuto, Sr. Presidente, como além de encerrar V. Exª fez o registro
do resultado. Não dá para nós, duas vezes, alterarmos o resultado. Nós não
encerramos só a votação, nós registramos o resultado por duas vezes. Esta Casa
não pode brincar. São 33 Vereadores, não é pela questão de um Vereador
esquecer-se de votar que nós vamos ficar, os 33 Vereadores, aqui dentro, tendo
de retomar e retomar votações. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Ver. João Carlos Nedel.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL (Questão de
Ordem): Eu lembro muito
bem que V. Exª disse: “Encerrado o painel.” Então, quem não votou no painel, é
norma desta Casa que possa votar pelo microfone. E o Ver. Isaac Ainhorn estava
ao microfone para fazer o seu voto e V. Exª disse: “Encerrado o painel”.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Não; não.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Eu tenho certeza de que V. Exª disse, e
eu solicito, então, que a Taquigrafia transmita o que exatamente V. Exª
transmitiu ao Plenário.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu encerrei o processo.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Não, V. Exª encerrou o painel.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Com base no vencimento do tempo.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: E encerrado o painel não está encerrada a
votação.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Verª Maristela Maffei.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, com todo respeito que
tenho pelo seu trabalho, também não vim aqui para discordar do mérito. Concordo
que realmente o senhor encerrou o processo, só para dizer o seguinte: o Ver.
Isaac Ainhorn dirigiu-se para teclar o seu voto depois que o senhor havia
encerrado o trabalho, a bem da verdade. Então, eram essas as considerações.
Obrigada.
O SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente, o Ver. João Carlos Nedel
está inventando uma outra categoria que é o encerramento do painel, que nunca
existiu. Tanto que se conta o tempo ali exatamente porque findou aquele tempo.
Quando o Presidente anuncia encerrado, está encerrado o processo. Não existe...
Com licença, Sr. Presidente, já termino. Não existe encerrar o painel e depois
encerrar a votação. Isso não existe! Nunca existiu.
O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente, vamos avançar. Sr.
Presidente, V. Exª tem a caneta aí, como Presidente, decida, e vamos avançar,
porque temos inúmeros Vetos a serem votados.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Exatamente, eu dou por definitiva a
decisão.
O SR. ELIAS VIDAL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, se tivesse passado de um
minuto, eu daria razão, mas estava abaixo de um minuto, 59 segundos não são 1
minuto, tecnicamente...
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu não tenho essa informação. V. Exª
contesta a exatidão.
O SR. ELIAS VIDAL: Tem de haver alguns segundos para a
pessoa... Mas quantas vezes não funcionam as teclas do painel e tem de,
verbalmente, dar o seu voto? E quando foi dado por conta de que ele não tinha
votado, ele se manifestou.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu dou por encerrado. Passamos ao
Processo seguinte.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com
aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
N.º 2623/03 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º
011/03, de autoria do
Ver. Wilton Araújo, que altera a redação do inciso I e inclui alínea “d” no §
1.º do art. 70 da Lei Complementar n.º 7, de 7 de dezembro de 1973, e
alterações posteriores, que institui e disciplina os tributos de competência do
Município.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Nereu D’Avila: pela rejeição do Veto Total;
- da CEFOR. Relator Ver. João Antonio Dib: pela manutenção do Veto
Total;
- da CUTHAB. Relator Ver. Valdir Caetano: pela manutenção do Veto Total.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da
maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174,
II, do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia em 15-04-04.
Na
apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.
- Trigésimo dia: 16-03-04 (terça-feira).
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLCL nº 011/03, com Veto
Total. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação nominal o PLCL nº 011/03.
(Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO
por 25 votos SIM, considerando-se
rejeitado o Veto a ele oposto.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
N.º 3855/99 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 216/99, de autoria da Ver.ª Clênia Maranhão, que
institui a Central de Atendimento ao Cidadão como instrumento de prestação de
serviços ao cidadão morador de Porto Alegre.
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela manutenção do Veto Total.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da
maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174,
II, do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia em 15-03-04.
Na
apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.
- Trigésimo dia: 16-03-04 (terça-feira).
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLL nº 216/99, com Veto
Total. O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, Verª Clênia Maranhão, eu gostaria que V. Exª estivesse presente
para que pudéssemos conversar, discutir este Veto.
Acho
a idéia extremamente meritória. Acredito que criar uma Central de Atendimento
ao Cidadão realmente é algo necessário no Município de Porto Alegre.
Gostaria
de dialogar com V. Exª, Verª Clênia. Eu raramente dou parecer na Comissão de
Justiça, negando a possibilidade de iniciativas de Vereadores com relação a
alguma matéria. Entendo que a Constituição de 1988, por meio do art. 48, deu
todas as condições para que os Legislativos pudessem iniciar processos, tanto
no campo tributário como no financeiro. Praticamente tudo aquilo que não se
podia fazer, tudo aquilo que não se podia iniciar, na época da ditadura, a Constituição
de 1988 devolveu para os Legislativos a sua condição de legislar.
E
o art. 61, da mesma Constituição, diz que aquilo que fica na esfera restrita do
Presidente da República - isso foi copiado aqui ou foi transportado para a
nossa Lei Orgânica do Município para o art. 56, que vai mais ou menos dentro
daquilo que diz o art. 48 da Constituição sobre o que podem os Srs. Vereadores.
E o art. 94, num dos seus incisos, diz o que é privativo do Sr. Prefeito
Municipal, o que pode ser iniciado pelo Sr. Prefeito Municipal, ou o que é de
exclusiva competência do Sr. Prefeito Municipal. Nessa exclusiva competência do
Sr. Prefeito Municipal - é muito pouca, são três itens apenas -, um dos itens é
exatamente esse de ter a exclusividade de propor as Secretarias, de propor tudo
aquilo que, na verdade, vai ser a instrumentalização para que ele possa fazer o
seu trabalho dentro da área administrativa.
Então,
muito embora acreditando realmente que V. Exª está alertando o Município para
uma necessidade que o Município tem de criar essa Central... Acho que a idéia é
realmente muito boa, mas acredito, Verª Clênia... E gostaria que V. Exª até
pudesse me apontar contrariamente a isso, porque vou votar aqui para derrubar o
Veto. Eu vou votar com V. Exª, politicamente, mas quero dizer que na Comissão
de Justiça eu não podia seguir um outro caminho senão aquele da exclusividade
que tem o Sr. Prefeito Municipal para criar as suas estruturas.
Então,
por isso, lá na Comissão de Justiça, eu que fui o Relator dessa matéria, não
podia ter um outro caminho a não ser o de indicar à Comissão de Justiça que nós
acolhêssemos o Veto do Sr. Prefeito Municipal, na Comissão de Justiça.
Agora,
como acredito que é uma idéia extremamente meritória, recomendo ao Plenário que
possamos - até para alertar o Sr. Prefeito Municipal da necessidade que nós
temos de criar uma Central - derrubar este Veto. Até para que ele possa voltar
ao Sr. Prefeito Municipal e ele possa, quem sabe, estabelecer uma negociação
com V. Exª, assim como aconteceu, por exemplo, com relação à Secretaria de
Justiça do nosso Município, quando o Ver. Nereu D’Avila, por intermédio de um
Projeto autorizativo, acabou, de repente, estabelecendo uma negociação com a
Prefeitura Municipal e foi criado no Município de Porto Alegre - o Ver. Nereu
D’Avila tem uma co-autoria em tudo isso -, a Secretaria da Segurança no
Município de Porto Alegre.
Acho
eu que se não fosse a iniciativa do Ver. Nereu D’Avila, quem sabe, de repente,
a Secretaria de Segurança acabaria realmente sendo criada muito depois ou,
talvez, nem fosse criada, mas o Ver. Nereu acabou acordando com o Sr. Prefeito
Municipal sobre a necessidade que havia de ser criada a Secretaria de
Segurança. Assim como V. Exª, eu acredito que com a sua legislação, estará
alertando o Sr. Prefeito Municipal dessa necessidade. Agora, na Comissão de
Justiça, eu realmente não tinha uma outra forma, a não ser, realmente, de dar o
Parecer contrário à possibilidade de nós iniciarmos este processo aqui no
Legislativo.
Mas
eu cumprimento V. Exª pela idéia e, particularmente, aqui no Plenário, Ver.
Elói Guimarães, muito embora tenha votado na Comissão de Justiça de forma
diferente - porque a Comissão de Justiça, na verdade, é uma decisão técnica -,
aqui no Plenário, na decisão política, eu vou votar pela derrubada do Veto.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Visivelmente não há quórum.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 17h25min.)
* * * * *